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Incêndios já matam 48 na Rússia; presidente diz que situação é tensa e perigosa
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Após a onda de calor que já matou mais de 500 pessoas afogadas, a Rússia já registra ao menos 48 mortes nos últimos dias em função da onda de incêndios que castiga o país. Em resposta às críticas de que o governo faz pouco para conter a catástrofe, o presidente Dmitri Medvedev demitiu uma série de altos oficiais russos.
Segundo as autoridades, os incêndios arrasaram povoados inteiros e destruíram 1.910 casas de madeira com uma superfície habitável total de 60 mil metros quadrados, deixando 3,5 mil pessoas sem casa.
Nas últimas 24 horas, 403 novos focos de incêndios foram registrados e 13 em jazidas minerais, de difícil combate. Atualmente, na Rússia existem 520 incêndios ativos em uma superfície de 188.500 hectares.
Misha Japaridze/AP | ||
Densa fumaça cobre a capital Moscou após dias de incêndios florestais na Rússia; ao menos 48 morreram |
Encurtando suas férias, o líder russo voltou a Moscou e ordenou o reforço da segurança nos centros nucleares, bases militares e instalações estratégicas na parte europeia do país, afetada há dias por graves incêndios florestais.
Medvedev retornou do Mar Negro a Moscou para reunir o Conselho de Segurança do Kremlin, para o qual concedeu prazo de 48 horas para apresentarem uma lista completa de todas as instalações estratégicas e os planos para garantir a segurança.
"As instalações estratégicas geram preocupações. Temos infraestruturas extraordinariamente perigosas, antes de tudo as bases do Ministério da Defesa, depósitos e arsenais de armas e munição", declarou o chefe do Kremlin, segundo as agências russas.
EMERGÊNCIA
Na segunda-feira, o líder russo declarou estado de emergência em sete regiões da parte europeia do país mais afetadas pelo fogo, que já arrasou mais de 650 mil hectares de florestas, causando a morte de 48 pessoas.
A maior preocupação do Ministério de Emergências, encarregado de combater os incêndios com ajuda do Exército, era o Centro Nuclear Federal de Sarov, que acolhe plantas de fabricação de armas atômicas e um instituto de física experimental.
Com relação a isso, o chefe da agência atômica russa (Rosatom), Sergei Kiriyenko, assegurou a Medvedev que do centro, situado a 500 quilômetros de Moscou, já foi retirado todo o material radioativo, por isso não há risco de acidente por causa dos incêndios florestais.
Kiriyenko ressaltou que "pode garantir que, inclusive em casos extremos, com furacões, não há nenhuma ameaça à segurança nuclear, nem à segurança radioativa, tampouco de explosões ou consequências ecológicas no território do centro", segundo "Interfax".
DEMISSÕES
Nesta quarta-feira, Medvedev destituiu altos cargos da Marinha pelo incêndio ocorrido na semana passada em inúmeras instalações e armazéns de uma base naval situada em Kolomna, nos arredores de Moscou.
O governante enviou hoje uma advertência ao comandante da Marinha, almirante Vladimir Vysotsky, e ao chefe do Estado-Maior naval, almirante Aleksandr Tatarinov, por falta de idoneidade para o cargo.
O incêndio na base arrasou o Estado-Maior, o departamento financeiro, 13 depósitos com equipamentos de aviação, 17 estacionamentos ao ar livre com veículos militares e mais duas oficinas mecânicas.
Segundo a imprensa, ao todo, teriam sido queimados 200 aviões e helicópteros, embora o Ministério da Defesa tenha desmentido a informação.
"Como ministro, é preciso que ele tenha controle direto da situação (nas instalações militares). Terei uma reunião com o estado maior do Ministério para advertir que se algo volta a queimar, todos responderão", disse Medvedev ao titular da Defesa, Anatoli Serdiukov.
Entre outras preocupações, o vice-primeiro-ministro, Igor Sechin, informou que nas áreas afetadas ficam 89 refinarias que não estão equipadas para prevenir incêndios.
Além disso, na reunião foi anunciado que em duas das regiões em alerta ficam 20 presídios, que Medvedev ordenou esvaziar em caso de emergência.
O líder russo advertiu que o governo do primeiro-ministro, Vladimir Putin, e os governadores regionais terão de prestar contas sobre sua gestão, uma vez termine a temporada de incêndios.
Além disso, ordenou à Promotoria investigar todos os casos de negligência por funcionários, e pediu ao Ministério do Interior que faça todo o possível para prevenir manifestações de descontente por parte dos desabrigados.
GREENPEACE
O Greenpeace denunciou na quarta-feira a eliminação da figura do guarda florestal na Rússia, país com 23% da superfície florestal do planeta.
"Foram eliminados mais de 70 mil postos de guardas florestais. Agora, não há ninguém encarregado de vigiar as florestas, só funcionários nos escritórios", assegurou Alexei Yaroshenko, analista do Greenpeace.
Yaroshenko explicou que a lei florestal aprovada em 2006 eliminou a figura do guarda florestal, a aviação florestal e transferiu a responsabilidade sobre a proteção das florestas às regiões e aos arrendatários.
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