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07/08/2010 - 08h51

Novo presidente colombiano toma posse hoje com missão diplomática

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Juan Manuel Santos toma posse neste sábado como presidente da Colômbia diante de uma grande pressão regional e de uma missão diplomática: resolver a crise que levou o futuro colega venezuelano, Hugo Chávez, a romper laços com Bogotá.

A Venezuela rompeu relações com a Colômbia em 22 de julho após as acusações do governo Álvaro Uribe na OEA (Organização dos Estados Americanos) de que haveria guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) em território venezuelano.

O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, deve comparecer à posse, em um sinal de que o outro lado também quer a reaproximação.

Contudo, Santos teve uma surpresa adicional na noite desta sexta-feira, quando o advogado de Uribe, Jaime Granados, denunciou Chávez por abrigar membros das Farc perante a Corte Penal Internacional e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que é ligada à OEA.

Não se sabe ainda se o processo vai afetar os esforços de mediação da crise ou a presença de Maduro na posse.

Os chefes de Estado e de Governo estrangeiros começaram a chegar já na sexta-feira à capital colombiana, incluindo o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, para a cerimônia.

Lula chega com uma "missão" dada pelo Chávez, com quem se encontrou na véspera. A primeira parte da missão, disse o assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia, é "atenuar a tensão" e gerar "confiança".

Santos enfrenta ainda uma outra briga diplomática herdada de Uribe --o rompimento das relações com o Equador. O governo de Rafael Correa rompeu as relações diplomáticas em março de 2008, após um bombardeio colombiano a um acampamento das Farc em território equatoriano, no qual morreram 26 pessoas, entre elas o líder guerrilheiro Raúl Reyes, quatro mexicanos e um cidadão do Equador.

Correa deve comparecer à posse e manter ainda uma reunião bilateral com Santos, que gerou uma grande expectativa.

PRESENÇA

Já chegaram a Bogotá todos os presidentes centro-americanos, com exceção do nicaraguense Daniel Ortega, cujo governo não enviará representação à posse de Santos.

O salvadorenho Mauricio Funes ofereceu, em sua chegada, os "bons ofícios" de seu governo para facilitar uma aproximação entre Colômbia e Venezuela, ao fazer votos para que essa crise se resolva em breve.

Por sua vez, o guatemalteco Colom felicitou os colombianos pela festa democrática que representa esta mudança de governo.

"É um gosto pisar terra colombiana", comentou a presidente costa-riquenha, Laura Chinchila, enquanto o presidente hondurenho, Porfirio Lobo, expressou admiração para Uribe pelas conquistas de seus oito anos de governo, especialmente em matéria de segurança.

"Esperamos que a Colômbia continue pelo mesmo caminho de paz e prosperidade", ressaltou Lobo, que coincidiu com o presidente da República Dominicana, Leonel Fernández.

Em sua chegada, o uruguaio José Mujica enviou "uma saudação ao povo da Colômbia e aos latino-americanos" e o primeiro-ministro do Haiti, Jean Max Bellerive, agradeceu a ajuda que recebeu após o devastador terremoto que atingiu seu país no início deste ano.

Os últimos a chegar neste sábado serão o Príncipe Felipe de Bourbon, herdeiro da Coroa espanhola, e o presidente Correa, do Equador.

As grandes ausências serão, além de Ortega, o boliviano Evo Morales; o paraguaio Fernando Lugo, que passou por cirurgia e enviou seu vice-presidente; e o cubano Raúl Castro, todos eles do ala esquerdista latino-americana.

Durante seu último dia antes de assumir a Presidência, Juan Manuel Santos aproveitou para se reunir com o líder Álvaro Uribe e seus ministros designados para o novo governo, com os quais coordenou os últimos aspectos da transferência de poder.

"Acho que é uma demonstração de maturidade política do país; uma demonstração que as transições podem ser transições fáceis, produtivas", disse Santos ao termino do encontro.

Quase 40 mil agentes da polícia, do Exército e de outros órgãos de segurança do Estado velam desde esta sexta-feira pela segurança em Bogotá, onde se alojarão durante o fim de semana 80 delegações internacionais convidadas à posse de Santos como presidente.

 

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