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Uma semana após acidente em mina, Chile reduz expectativa por sobreviventes
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A probabilidade de encontrar com vida os 33 mineiros que ficaram presos na semana passada em uma mina no norte do Chile após um desabamento é pequena, disse o governo nesta quinta-feira, enquanto equipes de resgate ainda tentam alcançá-los.
Nenhum contato foi feito com os mineiros desde o acidente no dia 5 de agosto. Eles estão a cerca de 7 quilômetros para dentro da mina e centenas de metros abaixo da superfície.
Autoridades esperavam que os mineiros tivessem se refugiado em um abrigo, onde havia escassos suprimentos, mas depois de uma semana as esperanças estão se esvaindo.
Luis Hidalgo/AP | ||
Mineiros carregam imagem de São Lourenço, patrono da categoria, antes de missa do lado de fora de mina onde 33 estão presos |
"A probabilidade de encontrá-los vivos é pequena", disse o ministro da Mineração, Laurence Golbourne, em entrevista na TV.
"Existe uma suposição sobre onde eles poderiam estar. Eles estão 700 metros abaixo da terra e especialistas dizem não haver meios tecnológicos para verificar se estão vivos", acrescentou.
O presidente Sebastián Piñera demitiu na quarta-feira altas autoridades da agência reguladora do setor de mineração do Chile e prometeu uma grande reforma por causa do acidente na pequena mina de ouro e cobre, próxima à cidade de Copiapo, a 450 quilômetros da capital, Santiago.
Acidentes graves de mineração são raros no Chile, mas o governo disse que a mina de San José, que pertence à empresa privada local Compania Minera San Esteban Primera, já sofreu uma série de acidentes e 16 trabalhadores já morreram no local nos últimos anos.
Equipes de resgate estão tentando localizar os mineiros cavando pequenos buracos para enviar suprimentos enquanto tentam encontrar meios de retirá-los. Parentes estão acampados nas entradas da mina, rezando.
PROBLEMAS
Ainda na terça-feira (10) as equipes que tentam salvar os 33 mineiros presos desde a semana passada em uma jazida no norte do Chile anunciaram uma falha em uma das sondas usadas na operação, o que deve atrasar os trabalhos.
Ao mesmo tempo, surgiram questionamentos sobre o funcionamento da mina, que já tinha sido fechada três anos atrás por problemas de segurança.
As sondas constroem pequenos dutos pelos quais se tentará chegar até o grupo de mineiros. Uma delas avançou até os 300 metros de profundidade, no meio do caminho onde se acredita que estejam refugiados os trabalhadores, disse o vice-secretário de Mineração, Pablo Wagner.
No entanto, horas depois, o ministro de Mineração, Laurence Golborne, reconheceu que essa máquina tinha um desvio, o que obriga uma correção. Isso gera um atraso na operação da mina San José, nas proximidades de Copiapó, 800 km ao norte de Santiago.
A esperança das autoridades é de que os mineiros estejam protegidos em um refúgio situado na parte mais profunda da jazida, a 700 metros, com provisões estimadas para durar entre 48 e 72 horas.
Espera-se que, pelos pequenos dutos construídos, seja possível mandar-lhes comida e medicamentos no caso de que os mineiros sejam encontrados com vida, enquanto se constrói em paralelo um túnel que possa permitir seu resgate.
Foi celebrada uma missa nos arredores da mina em homenagem aos mineiros presos. Mais cedo, um ato religioso já tinha sido realizado no palácio presidencial, enquanto todos os atos por ocasião do dia do mineiro foram cancelados.
QUESTIONAMENTOS
Enquanto prosseguem os trabalhos de resgate, crescem os questionamento sobre a jazida de cobre e ouro de San José, que começou a ser explorada em 1989 e foi fechada três anos atrás por problemas de segurança.
Anton Hraste, ex-diretor regional do Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin) --que fiscaliza o trabalho de mineração-- disse que a jazida "nunca devia ter sido reaberta", depois que seu fechamento foi determinado em 2007 após a morte de um trabalhador.
Em 2006, outro mineiro já tinha morrido trabalhando e no começo deste ano um trabalhador sofreu um acidente grave no qual perdeu uma das pernas.
O promotor Sabas Chahuán ordenou uma investigação para esclarecer como aconteceu o desmoronamento que deixou os 33 mineiros presos.
O Chile é o primeiro produtor mundial de cobre. Os acidentes não são frequentes na grande mineração e, em geral, acontecem em pequenas jazidas.
Só este ano, morreram 31 pessoas em acidentes de mineração, segundo dados oficiais do Sernageomin. De janeiro do ano 2000 a julho de 2010, faleceram em acidentes 403 mineiros no Chile.
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