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16/08/2010 - 10h04

Sobe para ao menos 1.248 número de mortos em deslizamentos de terra na China

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O número de mortos por deslizamentos de terra na China foi revisado para ao menos 1.248, informou nesta segunda-feira a agência estatal Xinhua, acrescentando que há ainda 496 desaparecidos.

O Escritório Nacional de Meteorologia da China previu chuvas para o início da semana em Zhouqu, que durarão até a quarta-feira e "que, possivelmente, dificultarão as operações de resgate na zona afetada".

Já o Ministério de Comércio da China informou que sua tarefa prioritária é assegurar o fornecimento de produtos básicos para a população das regiões afetadas.

As autoridades ordenaram a instalação de mercados e pontos comerciais móveis "para satisfazer as necessidades diárias" dos afetados. Os preços de produtos essenciais, como arroz, óleo, ovos ou carne, passarão por uma supervisão, para evitar a especulação.

AP
Moradores e equipes de resgate prestam homenagem em local devastado por deslizamento de terra, em Gansu
Moradores e equipes de resgate prestam homenagem em local devastado por deslizamento de terra, em Gansu

O país enfrenta suas piores chuvas de monção em 12 anos, com mais de 3.400 mortos e desaparecidos desde o início da temporada, em maio, com danos comparáveis aos produzidos pelas cheias do rio Yangtzé em 1998, que deixou mais de 4.000 mortos e 140 milhões de deslocados.

A China decretou luto nacional neste domingo em memória dos mais de 1.200 mortos nos deslizamentos de terra na província de Gansu (noroeste do país), os piores em uma década.

Todas as atividades foram canceladas no país, incluindo a partida entre Brasil e China pelo Grand Prix de vôlei feminino, que seria disputada na cidade de Macau e foi reprogramada para segunda-feira.

As autoridades advertiram que as chuvas torrenciais continuariam neste domingo, com riscos de inundações e deslizamentos de terra em Gansu e na província vizinha de Sichuan, destacou a agência oficial Xinhua.

Há uma semana, deslizamentos de terra devastaram a cidade montanhosa de Zhouqu, em Gansu, deixando um balanço de 1.248 mortos e 496 desaparecidos.

LUTO

Neste domingo, as bandeiras foram hasteadas a meio pau em todo o país, já que na tradição chinesa o sétimo dia após uma morte representa o ponto culminante do luto. Em toda a China foram cancelados eventos como shows, sessões de cinema e espetáculos de luz e som.

Em Pequim, 10 mil pessoas se reuniram na manhã deste domingo na Praça da Paz Celestial para uma cerimônia. O presidente Hu Jintao e outras autoridades também prestaram homenagem às vítimas, segundo a imprensa estatal.

Pouco depois da meia-noite, os websites chineses passaram a aparecer em preto e branco, incluindo os portais dos jornais, que não usam cores neste domingo em sinal de luto.

Em Zhouqu, milhares de habitantes e integrantes das equipes de resgate interromperam as operações de busca para participar em uma cerimônia em memória das vítimas, na qual centenas de pessoas exibiram flores de papel brancas e respeitaram três minutos de silêncio.

TRAGÉDIA

Após a cerimônia, os trabalhos foram retomados, com a retirada de escombros do rio Bailong, em busca de corpos, e a pulverização de desinfetantes para evitar epidemias.

As autoridades estão com dificuldades de suprir a demanda de caixões na região devastada, onde um terço da população é tibetana, segundo a Xinhua.

No sábado, o Dalai Lama --líder espiritual dos budistas tibetanos e exilado na Índia-- rezou pelas vítimas e afirmou estar "profundamente entristecido" com a perda de vidas e os danos na China, assim como no Paquistão e na Índia.

O líder religioso, sempre criticado por Pequim, que o considera um separatista, afirmou que a mudanças climáticas podem ser a origem das inundações e deslizamentos de terra na Ásia e pediu à comunidade internacional um esforço conjunto para proteger o planeta.

"Segundo os especialistas, estas inundações tão pouco comuns e os incêndios devastadores na Rússia são sinais de um mal mais profundo, provocado por um aquecimento sem precedentes do planeta e por outras causas ambientais", afirmou em Dharamsala, na Índia.

Mais de 305 milhões de pessoas foram afetadas pelas recentes chuvas na China, que provocaram danos de mais de US$ 1,7 bilhão, segundo a Xinhua.

 

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