Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/08/2010 - 11h42

Sobe para ao menos 48 número de mortos em ataque contra Exército iraquiano

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Ao menos 48 pessoas morreram e 121 ficaram feridas após um ataque de um homem-bomba em Bagdá, na capital iraquiana, nesta terça-feira, no que já está sendo considerado um dos atentados mais violentos do ano no país, a apenas duas semanas da retirada das tropas de combate dos EUA.

O atentado, ocorrido no centro da capital iraquiana, coincide com um momento de crise política e acontece em pleno Ramadã, o mês sagrado do jejum muçulmano, caracterizado há alguns anos pelo aumento da violência.

Veja cronologia dos ataques mais recentes no Iraque

O balanço com o número de vítimas pode aumentar ainda mais e as agências Reuters e Associated Press já falam em ao menos 57 e 61 mortos, respectivamente.

Mohammed Ameen/Reuters
Poças de sangue em centro de recrutamento do Exército iraquiano após atentado que matou ao menos 48 pessoas em Bagdá
Poças de sangue em centro de recrutamento do Exército iraquiano após atentado que matou ao menos 48 pessoas em Bagdá

A Chancelaria da França afirmou que o atentado desta terça-feira busca desanimar o povo iraquiano "comprometido com a recuperação do país".

"Ao atacar soldados e recrutas do Exército, os terroristas têm como alvo os instrumentos de soberania iraquianos", declarou Bernard Kouchner, chanceler francês.

Kouchner condenou "com a maior firmeza o vil" atentado e reiterou o "pleno apoio da França às autoridades e ao povo iraquiano em sua determinada luta contra o terrorismo e em sua mobilização a favor do Estado de direito".

Às 7h30 locais (1h30 de Brasília), um homem-bomba detonou os explosivos em sua roupa no meio dos recrutas diante do antigo edifício do Ministério da Defesa, atual sede do comando das forças de segurança, no bairro de Bab al Muazam, no centro de Bagdá.

Entre as vítimas também estão soldados que faziam a segurança do local, de acordo com fontes do Ministério do Interior.

"Não sei como o homem-bomba conseguiu entrar, porque teve que passar por um controle eletrônico e uma revista corporal. Teve que se esconder desde ontem à noite", disse Ahmed Kazem, 19 anos, um recruta que escapou ileso do ataque.

Segundo Kazem, a semana de recrutamento estava prestes a acabar e a movimentação era intensa no local. Os recrutas estavam reunidos na praça Midan, uma área controlada pelo exército.

"Depois da explosão, todo mundo fugiu em todas as direções e os soldados atiraram para o alto. Vi pessoas no chão, com o corpo queimado ou sangrando", completou.

O porta-voz da área de segurança de Bagdá, major-general Qassim al Moussawi, disse que restos do corpo do homem-bomba foram encontrados. "Sua fisionomia sugere que ele não é iraquiano. Nós estamos conduzindo uma investigação, mas as impressões digitais serão óbvias nesta explosão", disse.

VIOLÊNCIA E RETIRADA

O atentado, que ainda não foi reivindicado, foi o mais violento desde o último dia 18 de julho, quando 43 pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas em um ataque contra membros das milícias pró-governo Conselhos de Salvação, na localidade de Al Balesem, ao sudoeste de Bagdá.

O comandante do Estado-Maior iraquiano afirmou na semana passada que a retirada total do exército americano no fim de 2011 seria prematura porque, segundo ele, as tropas do país só terão condições de garantir plenamente a segurança no território do Iraque em 2020.

Hadi Mizban/AP
Forças de segurança do Iraque inspecionam local onde homem-bomba matou ao menos 48 no Iraque
Forças de segurança do Iraque inspecionam local onde homem-bomba matou ao menos 48 no Iraque

O Exército do Estados Unidos, que tem 64 mil soldados no Iraque, concluirá oficialmente a missão de combate em 31 de agosto. Os 50 mil militares americanos que permanecerão no país deverão deixar o Iraque no fim de 2011, como determina um acordo assinado entre as duas nações em novembro de 2008.

O antigo Exército iraquiano, que tinha 450 mil militares em 2003, foi dissolvido no mesmo ano pelos Estados Unidos, pouco depois da invasão do país e do fim do regime de Hussein. O efetivo atual tem 200 mil soldados.

NOVO GOVERNO

O atentado contra o exército também aconteceu em plena paralisia política, um dia depois do rompimento das negociações dos dois principais partidos iraquianos para a formação de um novo governo.

O Bloco Iraquiano do ex-premiê laico Iyad Allawi, o partido com mais votos nas eleições legislativas de 7 de março, interrompeu as negociações com a Aliança do Estado de Direito do primeiro-ministro Nuri al Maliki, como protesto por declarações feitas pelo chefe de Estado à imprensa.

Hadi Mizban/AP
Nenhum grupo assumiu autoria do ataque que deixou ainda 121 feridos em Bagdá, capital do Iraque
Nenhum grupo assumiu autoria do ataque que deixou ainda 121 feridos em Bagdá, capital do Iraque

O governo dos Estados Unidos tem pressionando, em vão, os líderes políticos iraquianos a deixar de lado suas ambições para a formação de um governo que integre todas as tendências, com o objetivo de evitar o risco de uma retomada da violência religiosa.

Em outro atentado nesta terça-feira, o presidente da Corte de Apelação, Kamal Jaber Bandar, e se motorista foram feridos na explosão de uma bomba em uma estrada em Yarmuk (oeste), enquanto em Baladruz, 75 km ao nordeste da capital, três juízes foram feridos em um ataque similar.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página