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27/08/2010 - 08h47

EUA oferecem ajuda para investigar chacina no México; 20 corpos são identificados

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DE SÃO PAULO

Os Estados Unidos ofereceram ajuda ao governo do México para investigar a chacina de 72 imigrantes ilegais pelo cartel de narcotráfico Los Zetas na cidade de San Fernando, próximo à fronteira dos países. Peritos mexicanos identificaram nas últimas horas mais cinco das vítimas do massacre no Estado de Tamaulipas, aumentando para 20 os corpos identificados.

O México informou inicialmente que havia ao menos quatro brasileiros entre as vítimas. O procurador de Tamaulipas, Jaime Rodríguez, indicou nesta quinta-feira que entre os corpos identificados estavam quatro salvadorenhos e um brasileiro, mas o cônsul-geral do Brasil no país, Márcio Lage, colocou em dúvida a informação.

Efe
Foto mostra rancho em San Fernando, no norte do México, onde foram encontrados 72 corpos de imigrantes ilegais
Foto mostra rancho em San Fernando, no norte do México, onde foram encontrados 72 corpos de imigrantes ilegais

Lage ressalva que o nome "não soa brasileiro" e que nenhum documento que poderia comprovar a nacionalidade foi apresentado.

De acordo com Rodríguez, os restos mortais já identificados serão enviados à Procuradoria de Justiça em Reynosa, uma das principais cidades de Tamaulipas e próxima à norte-americana McAllen, no Texas, para que sejam reclamados pelas autoridades consulares.

O governo mexicano ainda não divulgou nenhum dos nomes dos imigrantes identificados, o que deve fazer apenas quando terminar o trabalho de identificação realizado na própria cidade de San Fernando, por cinco legistas.

Já o governo americano ofereceu ainda maior proteção aos moradores da região e aos imigrantes que passam pela fronteira.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Phillip Crowley, acusou os autores da chacina de tentar "minar as instituições do país vizinho" com a violência discriminada.

Ele aproveitou ainda para defender a reforma da imigração, tema que faz parte da agenda de Obama, mas foi deixado de lado por ser altamente polêmica e angariar pouco consenso entre legisladores e eleitores --às vésperas das eleições legislativas de novembro.

"Somos conscientes dos riscos que ocorrem com aqueles que fazem este tipo de imigração. Esta é uma das razões pela qual nós, Estados Unidos, compreendemos que parte da solução é uma reforma", disse.

CRIME

A Marinha mexicana encontrou os 72 corpos nesta terça-feira (26), em uma fazenda perto da cidade de San Fernando, no Estado de Tamaulipas, norte do México e perto da fronteira com os Estados Unidos.

Um jovem equatoriano identificado como Freddy Lala Pomavilla teria sobrevivido ao massacre fingindo-se de morto. Ferido com um tiro na garganta, ele chegou a um posto da Marinha mexicana e contou às autoridades sobre o massacre de imigrantes brasileiros e equatorianos.

Freddy relatou que os estrangeiros foram sequestrados por um grupo criminoso, quando tentavam chegar à fronteira com os EUA. Os homens disseram pertencer ao grupo Los Zetas, e ofereceram trabalho como matadores de aluguel por US$ 1.000 quinzenais. Quando os imigrantes recusaram a oferta, os criminosos atiraram.

A Marinha foi até o local e entrou em confronto com o grupo. Pouco depois, encontrou os corpos no rancho. Segundo a polícia, as vítimas, que se acredita sejam migrantes da América Central e da América do Sul --incluindo quatro brasileiros--, parecem ter sido amarradas com os olhos vendados antes de serem enfileiradas em uma parede e mortas a tiros.

Fotografias mostram os corpos sujos de sangue amontoados no chão da fazenda no Estado de Tamaulipas, que se tornou palco dos mais graves episódios da violência relacionada às drogas no México, enquanto o cartel do Golfo e o grupo rival, os Zetas, disputam rotas de tráfico.

Forças de segurança mataram três homens armados e prenderam um outro quando eles se aproximavam da fazenda na quarta-feira, mas vários suspeitos escaparam durante o confronto.

Editoria de Arte/Folhapress
 

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