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Chefão do narcotráfico, "Barbie" presta depoimento no México
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DA FRANCE PRESSE
O chefão do narcotráfico Edgar Valdez, o "Barbie", presta depoimento nesta quarta-feira a promotores mexicanos, que poderão decidir se o enviam aos Estados Unidos. Antes, ele confessou à polícia que "trabalhava sozinho", que mantinha "negócios na Colômbia" e que protegeu o agressor do jogador de futebol paraguaio Salvador Cabañas.
Valdez, nascido há 37 anos nos Estados Unidos, foi levado à justiça para um primeiro depoimento formal sobre o crime organizado.
A Procuradoria mexicana deve definir seu futuro até quinta-feira, incluindo a possibilidade de enviá-lo a uma prisão de alta segurança ou deportá-lo para seu país de origem.
Samuel González, ex-promotor especializado em crime organizado, explicou que, por se tratar de um estrangeiro, um possível traslado aos Estados Unidos poderia ser definido em "horas" --está sendo estabelecido um acordo para que não haja processo de extradição.
"Barbie" prestou uma primeira declaração à polícia, onde admitiu que suas redes se estendiam à Colômbia --cujas autoridades garantem que a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) lhe enviava três toneladas mensais de cocaína-- e aos Estados Unidos, de onde recebia caminhões carregados de dólares.
"Sempre trabalhei sozinho (...) assim não recebia ordens de ninguém", disse no vídeo do interrogatório difundido pelas autoridades, no qual responde com frases curtas a perguntas feitas por uma voz feminina não identificada.
Em seu depoimento, explicou que se dedicava a trabalhar com drogas que provinham da Colômbia. "Tudo vem de lá", admitiu o traficante.
O governo mexicano destacou que Valdez, por quem era oferecida uma recompensa de US$ 2,2 milhões, teria "conexões com grupos do crime organizado na América Central e do Sul", que lhe permitiam enviar drogas aos Estados Unidos.
"Tenho trabalho e investimentos na Colômbia", disse "Barbie" ao precisar ante os interrogadores que esses negócios tinham a ver com o tráfico de drogas.
PRISÕES
Na terça-feira, as autoridades colombianas anunciaram a prisão de 11 pessoas vinculadas à rede de Barbie e asseguraram que a guerrilha colombiana das Farcs lhe entregava mensalmente até três toneladas de cocaína.
O subsecretário de Estado para assuntos do narcotráfico dos Estados Unidos, David Johnson, que visita o México, parabenizou a captura de Valdez "porque proporcionará informação valiosa", disse.
Embora tenha afirmado que trabalhava sozinho, Valdez admitiu conhecer os principais chefões do narcotráfico, como o do cartel de Sinaloa (noroeste), Joaquín 'El Chapo' Guzmán, fugitivo da justiça.
Também admitiu relações com o cartel dos irmãos Beltrán Leyva e, em especial, com o chefão da organização, Arturo Beltrán, abatido durante ação militar em dezembro passado, na cidade de Cuernavaca (centro).
Valdez também confesou ter escondido durante três meses José Jorge Balderas (conhecido como "JJ"). Balderas foi quem disparou contra o atacante da seleção paraguaia de futebol Salvador Cabañas, em janeiro, numa boate da capital mexicana. Cabañas sobreviveu ao ataque.
"Eles eram amigos, mas naquele dia os dois estavam brigados e começaram a discutir" contou Valdez, acrescentando que apesar de ter-se incomodado com "JJ" pelo que aconteceu, decidiu ajudar a escondê-lo.
Também relatou que mandou fazer um filme sobre sua vida, pagando pela produção 200 mil dólares, mas acabou não conseguindo terminá-lo.
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