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Ex-premiê iraquiano prevê novo governo em outubro
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DA REUTERS, EM BAGDÁ (IRAQUE)
O ex-premiê iraquiano Iyad Allawi espera que até o final de outubro estejam concluídas as negociações para a formação de um novo governo no país, mais de seis meses depois das eleições legislativas de 7 de março.
Allawi disse à Reuters que isso será crucial para garantir a segurança do Iraque agora que os Estados Unidos encerraram suas atividades de combate no país.
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As eleições de 7 de março passado foram vistas como um grande passo dos iraquianos rumo à democracia, após décadas sob a ditadura violenta de Saddam Hussein e uma sequência de golpes de Estado antes dele.
Os resultados deram uma vitória apertada para a Iraqiya, aliança xiita com apoio sunita, com 91 das 325 cadeiras do Parlamento. Logo atrás, a exclusivamente xiita Estado de Direito, do atual premiê interino, Nouri Al Maliki, obteve 89 cadeiras. A também xiita Aliança Nacional Iraquiana (ANI) obteve 70 cadeiras e outras 43 ficaram com a aliança curda. Eram necessárias 163 cadeiras para um governo sem coalizão.
A coalizão mais previsível seria entre o grupo de Maliki e a ANI, que precisaria ainda de mais algumas poucas cadeiras para garantir a maioria simples e derrubar a Iraqiya. Mas a ANI recusa um segundo mandato de Maliki, que por sua vez se recusa a deixar o cargo e desafia a oposição a apresentar um candidato melhor.
O atual premiê mantém ainda um diálogo com a Iraqiya, mas analistas questionam se Allawi está disposto a ocupar qualquer outro cargo no governo. Em entrevista à Reuters, Allawi insiste em colocar um correligionário seu no cargo de premiê, já que o Iraqiya formou uma bancada ligeiramente maior que o Estado de Direito.
"Espero que em algum momento em outubro, no final de outubro [as negociações sejam concluídas]", disse Allawi. "Ainda estamos num estágio preliminar. Sabemos que há um atraso, mas é importante ter certeza em vez de lamentar", afirmou ele. "Os Estados Unidos estão indo embora, eles já começaram a sair, e acreditamos que há muito a ser feito neste país para torná-lo seguro e estável."
Embora negociem entre si, os dois partidos também buscam apoio de bancadas menores para tentar formar uma coalizão. Até agora, no entanto, persistem as diferenças históricas entre curdos, sunitas e xiitas sobre quem deve ocupar os principais cargos, especialmente o de primeiro-ministro.
Insurgentes têm tentado explorar esse vácuo político, especialmente com ataques a policiais e militares, o que gera desconfianças quanto à capacidade das forças locais de controlarem o país depois da retirada completa das forças dos EUA, ao final de 2011.
Os EUA encerraram oficialmente na semana passada seus sete anos e meio de missões de combate. Restam agora cerca de 50 mil soldados norte-americanos no Iraque, em tarefas de apoio e treinamento.
"(Quase) oito anos se passaram e não conseguimos construir uma segurança plena", disse Allawi. "Então sabe Deus quando os iraquianos poderão ser responsáveis por sua própria segurança e pela segurança do povo iraquiano."
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