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Chanceler israelense diz que a paz é "inalcançável nesta geração"
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O ministro de Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, afirmou que a paz no Oriente Médio é um "objetivo inalcançável nesta geração" e por isso não vê sentido no renovado esforço com as conversas diretas por um acordo de paz com os palestinos. O prazo para um acordo desta nova empreitada é um ano, apesar de analistas serem pessimistas.
"Assinar um acordo de paz global é um objetivo inalcançável neste ano e nesta geração", sustentou Lieberman, presidente do partido ultradireitista Yisrael Beiteinu, a segunda maior formação na coalizão de governo, atrás apenas do Likud, partido do premiê Binyamin Netanyahu. O chanceler foi afastado do reinício, no dia 2 setembro em Washington, das negociações diretas israelense-palestinas.
Lieberman advertiu ainda que impedirá qualquer prorrogação do congelamento parcial da colonização na Cisjordânia ocupada, que termina em 26 de setembro. "Não há nenhum motivo para prolongar o bloqueio. O Israel Beitenu tem influência e poder suficientes no governo e no Parlamento para conseguir impedir a aprovação de qualquer proposta de ampliação do congelamento".
A moratória foi adotada sob a pressão do presidente americano, Barak Obama. A Autoridade Nacional Palestina anunciou que abandonará as negociações no caso de um reinício da colonização.
Em seu discurso, Lieberman disse com ironia que não conhece "nenhum mago que possa fechar a brecha entre nossas posições e as dos palestinos em um ano", algo que não poderá mudar nenhum 'compromisso histórico ou concessão dolorosa'.
"Estamos dispostos a falar de tudo, mas não haverá mais gestos unilaterais. Não aceitaremos nenhuma moratória (da ampliação) dos assentamentos, nem de seis meses, nem de três, nem de um minuto", assinalou.
Para Lieberman, a única solução viável é um acordo temporário de longa duração, ao contrário do objetivo do diálogo de paz iniciado na quinta-feira em Washington: um acordo global e definitivo de paz que represente a criação de um Estado palestino nos territórios ocupados por Israel.
O chefe da diplomacia israelense defendeu que não seja feita nenhuma nova concessão unilateral aos palestinos. "Temos de nos perguntar por que, apesar das concessões no passado e de toda a boa vontade exibida por (Shimon) Peres, (Ehud) Barak, (Ariel) Sharon, (Ehud) Olmert, (Tzipi) Livni e Bibi (Binyamin Netanyahu) nenhum acordo foi alcançado", refletiu.
"Todos tentaram o melhor possível, mas nada passou. Vimos muitas produções grandiosas, uma próspera indústria da paz internacional, mas nenhum resultado: somente coquetéis e reuniões. Não nos opomos a um acordo de paz, só às aventuras e utopias", acrescentou.
As declarações de Lieberman geraram uma onda de respostas tanto entre os palestinos quanto em seu próprio país. O ministro de Minorias, o trabalhista Avishay Braverman, falou de sabotagem à política de Netanyahu e pediu que entregue a pasta de Exteriores a alguém que apoie o processo.
O porta-voz da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Ghassan Khatib, assegurou que a presença de Lieberman no Executivo de Netanyahu "é uma das coisas que impede qualquer progresso em direção à paz". "A paz significa o fim da ocupação, enquanto Lieberman é um fã da ocupação e dos assentamentos", acrescentou.
Um dos assessores de Abbas pediu a Netanyahu que critique publicamente essas palavras e deixe claro que o caráter opinativo individual, que não representa a política oficial.
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