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12/09/2010 - 07h20

Argentina já tem 9 nomes da oposição para a Presidência

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GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES

A pouco mais de um ano das eleições presidenciais, a oposição argentina sofre com a multiplicação de pré-candidatos e se distancia de um consenso para enfrentar o casal Kirchner, no governo desde 2003.

Partidos e coalizões instáveis, que vão da esquerda à centro-direita, geraram disputas internas e apresentam ao menos nove nomes para disputar a Casa Rosada.

Do lado governista, a presidente Cristina Kirchner e seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, fazem suspense sobre quem concorrerá. Ela tem melhor imagem, mas ele é o preferido da cúpula do governo.

Analistas afirmam que hoje qualquer um dos dois seria o mais votado no primeiro turno, em outubro de 2011, mas nenhum obteria 45% dos votos válidos para se eleger diretamente.

No entanto, a fragmentação da oposição e uma idiossincrasia da legislação podem beneficiá-los.

Caso os votos se dispersem e o segundo colocado fique a mais de dez pontos percentuais de distância dos Kirchner, bastará 40% do total para manter o casal no poder.

MÁQUINA E CONDUTOR

Para o cientista político Atilio Boron, da Universidade de Buenos Aires, os adversários com mais chances são o senador e ex-piloto de Fórmula 1 Carlos Reutemann e o deputado Ricardo Alfonsín, filho do presidente Raúl Alfonsín (1927-2009).

Ex-governador da Província de Santa Fé, Reutemann é praticamente uma unanimidade dentro do Peronismo Federal, setor dissidente do Partido Justicialista, do qual os Kichner fazem parte.

No entanto, o senador não confia na estabilidade e na força do seu bloco e hesita em declarar-se candidato.

"Ele usa sua lógica de automobilista, sabe que a máquina é tão importante quanto o condutor, ou mais", afirma Julio Burdman, da Universidade de Belgrano.

Sua indecisão alimentou a ambição de outros quatro pré-candidatos do peronismo dissidente, que devem se enfrentar nas prévias organizadas pelo partido.

Ricardo Alfonsín não tem dúvidas e já anunciou que pretende concorrer.

O porém é que seu partido, a UCR (União Cívica Radical), está dividido e estimula um segundo nome, o vice-presidente, Julio Cobos. Ambos já disseram que devem recorrer às internas de agosto.

Ricardo, que se considera social-democrata, articula coalizão de centro-esquerda e aposta na imagem de mediador para atrair aliados. "Nenhum governo eleito em 2011, seja qual for, terá maioria no Congresso [eleito em 2009]. Por necessidade, e não por virtude, teremos que dialogar e chegar a consensos", afirma Ricardo, um dos poucos opositores com trânsito no governo.

Correndo por fora, estão o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, que representa a centro-direita, e o deputado Fernando "Pino" Solanas, cineasta esquerdista. Para serem competitivos, ambos dependem de alianças com o peronismo e com setores da esquerda.

Os analistas não preveem mudanças bruscas na economia, independentemente de quem vencer. Na política externa, uma derrota dos Kirchner resultaria em distanciamento da Venezuela de Hugo Chávez.

 

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