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Israel e palestinos discutem congelamento das colônias em diálogo por paz
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DE SÃO PAULO
Sob a mediação da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e o líder palestino, Mahmoud Abbas, discutiram nesta terça-feira um dos temas mais polêmicos do diálogo de paz: o congelamento das construções nos assentamentos judaicos em territórios palestinos ocupados.
Netanyahu e Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, se reuniram nesta terça-feira em Sharm e-Sheikh, no Egito, para o segundo encontro da retomada do diálogo direto de paz, acordada nos Estados Unidos no início do mês. O encontro acontece a portas fechadas e o enviado especial americano ao Oriente Médio, George Mitchell, já avisara que os temas serão mantidos em sigilo a pedido de israelenses e palestinos.
Após a reunião, Mitchell deu breves declarações a imprensa para dizer que as duas partes se comprometeram em encerrar as discussões sobre os temas chaves a um acordo (entre eles o status de Jerusalém, a segurança de Israel, a criação do Estado palestino e a situação dos refugiados palestinos) no prazo de um ano.
Nasser Nasser/AP | ||
Secretária de Estado americana, Hillary Clinton, mediou as conversas entre o premiê israelense, Binyamin Netanyahu (esq.) e o líder palestino, Mahmoud Abbas (dir.), como parte da retomada do diálogo direto de paz |
"A discussão séria sobre os temas fundamentais já começou", disse Mitchell. Questionado sobre a questão dos assentamentos, Mitchell não respondeu diretamente e disse apenas que o esforço caminha na rota certa "de maneira geral".
Netanyahu já afirmou que não está disposto a prorrogar a moratória imposta às construções nos assentamentos, mas deu a entender que poderá impedir parte das 19 mil casas previstas, dizendo que "na prática acredito que muito menos serão construídas". O premiê teria ofertado ainda, segundo imprensa israelense, manter os planos de seu antecessor Ehud Olmert, de permitir a construção apenas nos bairros judeus de Jerusalém Oriental e proibir novas casas nos bairros árabes.
Os palestinos, por sua vez, querem o congelamento total das novas construções e rejeitam qualquer meio-termo. E eles contam com o apoio americano na causa. No avião que a levava ao Egito, Hillary reiterou o pedido do presidente Barack Obama pela prorrogação da moratória, prevista para acabar no próximo dia 30.
Um oficial do governo israelense que viaja com Netanyahu afirmou que o tema é passível de discussão. "Nós vamos lá procurar por algo diferente, não é uma proposta de tudo ou nada", disse, citado perlo jornal "Jerusalem Post".
O funcionário disse que, se Israel e palestinos não chegarem a um acordo sobre as colônias, será um sinal de que não concordarão com os outros temas. "Israel está procurando por uma forma de não detonar o diálogo e ajudá-lo a funcionar".
Na pauta do encontro estava ainda o pedido de Netanyahu para que os palestinos reconheçam Israel como Estado do povo judeu e que haja acordos para garantir a segurança do país.
Mas os palestinos já deixaram bem claro que não atenderão a exigência, alegando que o reconhecimento de Israel como Estado judeu colocaria em risco os árabes que vivem em Israel. O grande temor, no entanto, é que o gesto enfraqueça a demanda futura pelo direito de retorno e/ou reparação aos refugiados palestinos.
Já os palestinos querem definir as fronteiras de seu futuro Estado, abordar o status de Jerusalém e o direito de retorno dos refugiados que deixaram o território em 1948, quando Israel foi criado.
Yaser Abed Rabo, integrante da delegação palestina, afirmou que as discussões desta terça-feira "não tendem a resolver nenhuma questão crucial". "Se trata de criar uma atmosfera propícia ao começo das negociações sobre os temas crucias". Ele alerta: "a questão da colonização representa para nós um verdadeiro obstáculo ao lançamento das negociações, mas estamos preparados para intensas negociações para chegar a um acordo sobre os temas relativos ao estatuto final".
COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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