Coreia do Norte adia indefinidamente reunião pela sucessão de Kim Jong-il

A Coreia do Norte adiou indefinidamente uma reunião excepcional do Partido dos Trabalhadores na qual o ditador Kim Jong-il anunciaria a escolha de seu filho mais novo, Kim Jong-un, para lhe suceder no poder.

Há dois dias, contudo, o canal sul-coreano de TV a cabo YNT afirmou que a reunião foi adiada em consequência do estado de saúde de Kim Jong-il.

Segundo a agência sul-coreana Yonhap, que cita altos funcionários norte-coreanos, a reunião foi postergada devido à passagem do tufão Kompasu, que no começo do mês provocou dezenas de mortes, destruiu mais de 8.300 casas e mais de 30 mil hectares de plantações.

As fortes chuvas trouxeram grandes danos ao Estado já empobrecido e prejudicou a produção de alimentos, que mesmo em um bom ano fica bem abaixo do necessário para alimentar 23 milhões de pessoas.

"Dezenas de pessoas morreram no país pelas tempestades torrenciais, fortes ventos e deslizamentos", afirmou a agência oficial KCNA, se referindo ao tufão que passou pelo país em 2 de setembro passado.

A Coreia do Sul ofereceu 5 mil toneladas de arroz e cimento para ajudar a Coreia do Norte a se recuperar de ao menos parte dos danos, o primeiro pacote de ajuda substancial em mais de dois anos. O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, cortou as ajudas à vizinha quando assumiu, em 2008, exigindo mais abertura e cooperação em troca do auxilio.

A conferência do Partido dos Trabalhadores da Coreia, a primeira desde 1966, deve eleger o órgão supremo do partido, informou a mídia oficial. Em junho, a agência oficial de notícias norte-coreana anunciou a convocação da conferência de delegados do Partido Comunista para eleger os dirigentes da formação, mas revelou apenas que a reunião aconteceria em setembro, sem divulgar a data exata.