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17/09/2010 - 07h53

Cristina Kirchner incentiva alunos a fazer protestos

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GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES

A ocupação de escolas públicas de Buenos Aires por alunos do ensino médio se transformou em briga política depois que a presidente argentina, Cristina Kirchner, declarou apoio ao protesto dos estudantes.

Há um mês, eles acampam em corredores e salas de aula para reivindicar melhorias de infraestrutura, entre as quais reformas de tetos e banheiros, instalação de calefação e realização de obras de acessibilidade.

Os estudantes também exigem a renúncia do prefeito da capital argentina, Mauricio Macri, adversário político da presidente e de seu marido e antecessor, Néstor Kichner (2003-2007). Ele teria beneficiado escolas privadas em detrimento das públicas, segundo o movimento.

As ocupações, que têm apoio de parte dos pais e de professores, estão forçando o cancelamento das aulas em 12% das 273 escolas públicas de ensino médio. Na semana passada, a presidente do país disse que os alunos "não pedem demais", que estão corretos ao protestar e que atuam melhor do que alguns políticos. O número de colégios ocupados, que inicialmente era de 28 e já havia diminuído para cinco, saltou para 32 após a declaração de Cristina.

Macri diz que os alunos e os Kirchner usam as escolas para fazer política e que os investimentos em infraestrutura desde 2007, quando assumiu, já superam em 50% os do governo anterior.

A prefeitura da capital resiste em negociar com os estudantes e apresentou, há 12 dias, planos de reformas individuais para os colégios em piores condições. Os alunos consideraram a oferta insuficiente por contemplar apenas metade dos prédios com problemas. Nesta semana, os estudantes e professores levaram os protestos também para as ruas e realizaram marchas e bloqueios no centro de Buenos Aires.

"FUTUROS PIQUETEIROS"

O secretário municipal de Educação, Esteban Bullrich, acusou Cristina de estar incentivando futuros "piqueteiros". Para o cientista social Luis Fanlo, da Universidade de Buenos Aires, a intenção de cooptar movimentos sociais para usá-los como instrumento político é uma característica dos Kirchner que remete à origem do peronismo, na década de 1940.

"Não é que eles apoiem a luta social. A estratégia é fragmentar os movimentos e usar recursos do Estado para manipular a parcela que ficar ao lado do governo. A esse sistema, sobrevivem apenas os movimentos governistas."

 

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