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17/09/2010 - 13h46

Mafioso que matou juiz Falcone é investigado por enriquecer na prisão

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DA EFE, EM ROMA

O mafioso Giovanni Brusca, preso desde 1996 por uma série de assassinatos, está sendo investigado por um incomum enriquecimento durante os anos que passou na prisão, informaram fontes policiais nesta sexta-feira.

Considerado o mais impiedoso dos capangas do chefe da Cosa Nostra Salvatore "Totó" Riina, Brusca foi detido em 1996 pelo assassinato do juiz Giovanni Falcone, quatro anos antes. Ele está sendo investigado agora por lavagem de dinheiro, falso registro de bens e tentativa de extorsão.

Os carabineiros (polícia militarizada italiana) buscam o que já chamam de "tesouro de Brusca", os bens do capanga que estariam espalhados nas Províncias de Palermo, Roma, Chieti e Rovigo, por onde se acredita que o mafioso tenha distribuído seus bens.

Alguns membros da família Brusca também estão sendo investigados, assim como outras pessoas que seriam os supostos testas-de-ferro do mafioso.

Segundo os investigadores, o ex-mafioso administrava da prisão um patrimônio que incluía bens imóveis, contas correntes, obras de arte e uma empresa. Além disso, foram encontrados 200 mil euros em dinheiro na casa da mulher de Brusca.

Magistrados envolvidos no caso explicaram que escutas realizadas por conta da investigação que terminou com a detenção do mafioso Domenico Raccuglia, em novembro de 2009, comprovaram que Brusca administrava de maneira ilegal seu patrimônio na prisão.

Brusca foi detido em 20 de maio de 1996 após ser condenado pelo atentado que matou Falcone, sua mulher e três seguranças. Anos depois, se transformou em um dos mais valiosos colaboradores da Justiça.

O ex-chefe da família mafiosa da localidade siciliana de São Giuseppe Jato também reconheceu o assassinato, em 1995, de Giuseppe di Matteo, de apenas 12 anos, filho do líder de um clã rival.

Graças a sua colaboração com os investigadores, Brusca gozava de um regime carcerário especial e de proteção para sua família.

Após a nova investigação, o presidente da Comissão Parlamentar sobre Programas de Proteção, Alfredo Mantovano, anunciou que o status de protegido de Brusca será reavaliado.

"Se delitos graves forem cometidos enquanto se está colaborando, o programa de proteção é interrompido imediatamente. Além disso, a lei impõe aos colaboradores que declarem os bens que legal ou ilegalmente disponham antes de serem presos, e Brusca sabia disso", acrescentou Mantovano.

 

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