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Em meio a tensão, presidente turco cancela reunião com colega israelense
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DE SÃO PAULO
O presidente turco, Abdullah Gul, cancelou nesta segunda-feira o encontro marcado com o colega israelense, Shimon Peres, em paralelo à Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York (EUA). A reunião, cancelada por "problemas de agenda", seria a primeira desde que as relações bilaterais foram prejudicadas pelo ataque israelense, em 31 de maio, a um barco humanitário turco, que deixou nove ativistas mortos.
Segundo o jornal israelense "Haaretz", Gul se encontrará, contudo, com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, inimigo declarado de Israel. A repórteres em Nova York, o presidente turco disse esperar que o programa nuclear iraniano seja tópico da reunião da organização.
Na semana passada, o jornal turco "Today's Zaman" afirmou que os dois presidentes se reuniriam e que Gul diria a Peres que as relações diplomáticas não seriam normalizadas até que Israel pedisse desculpas formalmente pelo ataque e pagasse uma indenização a família das vítimas.
Fontes do Ministério de Relações Exteriores, segundo o "Haaretz", já disseram em junho que Israel não pedirá desculpas e que o pedido era uma mera desculpa para a Turquia romper relações com Tel Aviv.
A Turquia, rara aliada muçulmana na região, retirou seu embaixador de Israel e cancelou os exercícios militares conjuntos. O país exige uma investigação internacional, além de um pedido de desculpas, indenização às vítimas e a devolução da embarcação.
Os navios com ajuda humanitária navegavam rumo a Gaza para tentar romper com o bloqueio imposto por Israel contra o governo do grupo islâmico radical Hamas. Os passageiros afirmam que os israelenses dispararam sem qualquer tipo de provocação.
Uma investigação do Exército de Israel acusa os militares de fracassarem no planejamento e na análise de dados de inteligência, mas os exonera de negligência no assassinato de nove ativistas turcos. Segundo partes do relatório divulgadas para a imprensa, os turcos foram mortos depois de ameaçarem com facas e paus os comandos israelenses que invadiram o Mavi Marmara. Israel já havia alertado os barcos que usaria força caso insistissem em furar o bloqueio de Gaza.
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