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PF fará testes de DNA para comprovar identidade de supostos brasileiros no México
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JEFFERSON PUFF
DE SÃO PAULO
Os três legistas da Polícia Federal (dois peritos e um papiloscopista, especialista em impressões digitais) que estão na Cidade do México farão análises de DNA --comparando o material biológico dos cadáveres com amostras de familiares recolhidas no Brasil-- para confirmar a identidade dos dois supostos brasileiros encontrados entre os 72 mortos na chacina de Tamaulipas.
As informações foram confirmadas à Folha.com pela assessoria de imprensa da Polícia Federal em Brasília, que não informou um prazo para o trabalho de identificação dos corpos.
"Trata-se de um trabalho científico, técnico e minucioso. A análise de DNA não tem prazo, não se pode dizer quanto tempo vai levar", disse o órgão.
Um acordo de cooperação técnica foi firmado entre o órgão brasileiro e o governo mexicano para acelerar o processo da perícia.
De acordo com a PF os dois passaportes brasileiros encontrados perto dos corpos são do modelo antigo, que ainda não continha impressões digitais e outros dados biométricos, o que dificulta a confirmação de identidade.
Os nomes e fotos dos dois supostos brasileiros puderam ser lidos e por meio dessas informações a PF chegou até os familiares. Devido ao estado dos cadáveres, no entanto, outros dados precisam ser obtidos para haver a confirmação oficial dos nomes.
Para isso as amostras de DNA serão cruciais, indicou a assessoria de imprensa do órgão federal. Em reportagem de Filipe Motta publicada pela Folha.com ainda no sábado (18), a PF indicou ter "fortes indícios" de que as vítimas sejam do Estado do Pará.
MASSACRE
Além dos mineiros Hermínio Cardoso dos Santos, 24 e Juliard Aires Fernandes, 19, já identificados, os mortos na chacina incluem imigrantes de Honduras, El Salvador e da Guatemala tentavam chegar aos Estados Unidos quando foram capturados e assassinados por narcotraficantes do grupo Zetas.
A chacina só foi descoberta depois que um jovem equatoriano relatou o episódio. Ele sobreviveu ao massacre, fugiu do local, chegou a um posto da Marinha mexicana e relatou o ocorrido.
Segundo o depoimento de um sobrevivente, Luis Freddy Lala Pomavilla, os narcotraficantes teriam oferecido trabalho aos imigrantes como matadores de aluguel por um salário de US$ 1.000 quinzenais, mas eles recusaram a oferta e foram baleados.
Até a última semana, autoridades mexicanas haviam identificado sete pessoas como suspeitas de envolvimento no massacre.
Três delas foram encontradas mortas, uma está presa e outras três morreram em confronto com agentes de segurança do país.
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