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27/09/2010 - 08h38

Israelenses retomam obras na Cisjordânia e lançam dúvida sobre diálogo de paz

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As construções de casas foram retomadas nesta segunda-feira em várias colônias israelenses na Cisjordânia ocupada, poucas horas depois do fim da moratória de dez meses imposta pelo governo de Israel, informou a rádio pública de Israel. A retomada da construção lança dúvidas sobre o futuro das conversas diretas de paz com os palestinos, que exigem o congelamento total das obras como premissa para qualquer acordo.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, fez um apelo ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, para que não abandone a mesa de negociação, minutos depois de terminar, à meia-noite (19h em Brasília), a moratória. O porta-voz do governo palestino, Nabil Abu Rudeina, disse contudo que uma resposta não será dada até 4 de outubro, após consulta com os líderes árabes.

A retomada das obras começou discreta. Na colônia de Adam, tratores aplanavam o terreno para a construção de 30 residências.

Jim Hollander/Efe
Escavadora remove terra e pedras na retomada das construções em assentamentos judaicos
Escavadora remove terra e pedras na retomada das construções em assentamentos judaicos

No assentamento de Ariel, um dos mais polêmicos por estar bem dentro no território palestino, as escavadeiras começaram esta manhã a trabalhar alisando a terra onde serão colocados os alicerces para um novo bairro com 50 casas, informou o serviço de notícias israelense Ynet. As novas casas serão destinadas a famílias de colonos que foram retirados em 2005 do assentamento de Netzarim, na faixa de Gaza.

"Estamos aqui por direito", declarou Itzik Vazana, antigo morador de Netzarim, que acrescentou que, desde a retirada das colônias de Gaza, viveu em um trailer. "Espero que o primeiro-ministro continue sendo fiel a sua palavra e facilite nosso retorno a uma vida normal", acrescentou.

Em vários assentamentos foram realizadas ontem cerimônias para marcar o fim da moratória e dar as boas-vindas ao reinício das obras.

Em Kiryat Arba, perto da cidade de Hebron, sul do território, e em outros oito assentamentos as obras devem ser retomadas ainda nesta segunda-feira.

O fim da moratória autoriza qualquer pessoa ou instituição que dispõe de uma permissão de construção em uma colônia a iniciar as obras. O governo deixou sem efeito uma série restrições relacionadas com as permissões de construção impostas aos municípios das colônias.

Apesar das pressões internacionais e da ameaça da Autoridade Palestina de suspender as negociações, Netanyahu não prolongou a suspensão da colonização --o que enfrentaria dura oposição dentro de seu governo e do eleitorado israelense.

DIÁLOGO

O governo israelense não fez declarações nas últimas horas, em cumprimento do pedido de Netanyahu de evitar provocações e atuar com "contenção".

O primeiro-ministro, contudo, pediu a Abbas "que continue as boas e sinceras conversas que começamos recentemente, a fim de chegar a um acordo de paz histórico entre nossos dois povos".

Em comunicado divulgado à imprensa, Netanyahu falou ainda: "Pelo futuro de nossos povos, vamos nos estabilizar no que realmente é importante. Vamos proceder em conversas sinceras e rápidas para chegar a um acordo marco de paz histórico em um ano".

A nota assinala que o chefe do Governo israelense manteve um "contato próximo" com a secretária de Estado americana, Hilary Clinton, e outros oficiais americanos, assim como com o presidente egípcio Hosni Mubarak e o rei jordaniano Abdala, para informá-los sobre seus esforços para garantir que continuem as negociações de paz.

Nessas conversas, "Netanyahu deixou claro que Israel está preparado para continuar mantendo contatos nos próximos dias para encontrar uma forma de continuar as conversas de paz entre Israel e a Autoridade Palestina", afirma o comunicado.

"Muitos no mundo se deram conta que minhas intenções de alcançar a paz são sérias e genuínas e que eu cumpro com meus compromissos", afirmou Netanyahu, acrescentando que os "significativos avanços de Israel para suavizar as restrições aos palestinos e melhorar sua qualidade de vida, tanto na Cisjordânia como em Gaza".

Já Abbas deve consultar consultar os governos árabes no dia 4 de outubro antes de decidir se prossegue com as negociações com Israel. "Não haverá uma resposta oficial palestina antes de 4 de outubro", afirmou o porta-voz Rudeina, em Paris, onde Abbas se reunirá nesta segunda-feira com o presidente francês Nicolás Sarkozy.

"Neste dia, o presidente Abbas consultará os governos árabes e corresponderá à direção palestina adotar a decisão adequada e a resposta correta", completou Rudeina.

 

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