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Dissidente chinês recebe notícia de Nobel da Paz na prisão
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Dois dias depois de ser tema de tensão diplomática entre China e Noruega e comentários em todo o mundo, o dissidente chinês Liu Xiaobo descobriu neste domingo que foi premiado com o Nobel da Paz 2010. Sua mulher, Liu Xia, levou a notícia pessoalmente a Liu na prisão de Jinzhou, 480 km de Pequim, onde cumpre 11 anos por subversão do poder do Estado.
Citando a sogra do dissidente, a ONG Centro de Informação dos Direitos Humanos e Democracia, com sede em, Hong Kong, afirmou em comunicado que o casal se reuniu na tarde deste domingo. A visita estava prevista para sábado, mas foi adiado por razões desconhecidas. O irmão menor do Nobel, Liu Xiaoxuan, confirmou o encontro ao jornal taiwanês "Ziyou Shibao".
Xia estava incomunicável desde a noite de sexta-feira. Ela foi obrigada a deixar sua casa de forma secreta e sob forte vigilância policial para não conceder entrevista aos inúmeros jornalistas que esperavam que ela saísse de seu apartamento para comentar à imprensa sobre a decisão do Instituto Nobel da Noruega.
A visita foi autorizada depois de um acordo de Xia com as autoridades para que mantenha silêncio e não conceda entrevistas sobre a Nobel da Paz, criticado como blasfêmia pela China.
Antes do acordo, confirmado por fontes dissidentes, Xia chegou a fazer declarações a alguns meios de comunicação e enviou um comunicado expressando agradecimento e pedindo liberdade para Liu.
Segundo o jornalista dissidente Wang Jinbo, Xia viaja sob custódia e acompanhada por seu irmão à localidade de Jinzhou, na província vizinha de Liaoning.
Wang, que é amigo da poetisa, assinala que a segurança nos arredores da prisão se intensificou nesta manhã e que as áreas de acesso à mesma foram bloqueadas.
Os moradores de Jinzhou dizem que não viram muitos agentes de segurança pública, mas a polícia deteve um veículo com jornalistas de Hong Kong e os levou à delegacia para interrogatório. Em seguida, eles foram convidados a abandonar a localidade.
O governo chinês repudiou ontem a concessão do prêmio a um "criminoso" e qualificou a decisão de "blasfêmia", porque, segundo o regime autoritário comunista que governa a China desde 1949, a decisão descumpre o espírito do Prêmio Nobel.
Além disso, a Chancelaria chinesa chamou para consultas o embaixador norueguês em Pequim e censurou a notícia na imprensa de todo o país.
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