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11/10/2010 - 13h00

Israel oferece congelar colônias se palestinos reconhecerem país como Estado judeu

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira que aceita renovar o congelamento dos assentamentos na Cisjordânia se a ANP (Autoridade Nacional Palestina) reconhecer Israel como um Estado judaico.

"Se a liderança palestina disser inequivocamente ao seu povo que reconhece Israel como a terra do povo judeu, eu estarei pronto a convencer o meu governo e requerer nova suspensão [das colônias]", disse Netanyahu ao Parlamento israelense.

Segundo o premiê de Israel, o reconhecimento de Israel como um Estado judeu é essencial para que um Estado palestino possa ser criado na Cisjordânia e na faixa de Gaza.

Gali Tibbon/AFP
O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, discursa em encontro do seu partido, Likud, no Parlamento israelense
O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, discursa em encontro do seu partido, Likud, no Parlamento israelense

A proposta foi, no entanto, imediatamente rejeitada pelos palestinos, que no final da semana passada deram um mês aos EUA, mediadores das negociações, para que convença Israel a renovar a moratória que expirou no último dia 26.

O porta-voz da ANP, Nabil Abu Rdainah, disse que o retorno dos palestinos à mesa de negociações -- retomadas há cerca de um mês após quase dois anos interrompidas -- requer o congelamento das colônias judaicas.

"A questão do caráter judaico do Estado [de Israel] não tem nada a ver com o assunto", afirmou Rdainah.

No discurso ao Knesset, Netanyahu mencionou ainda a necessidade de medidas para garantir a segurança de Israel sob qualquer futuro acordo de paz. O premiê disse estudar propostas dos EUA nesse sentido para salvar as conversas de paz.

Segundo um funcionário do governo de Israel, Washington tenta convencer Israel e estender em dois meses o congelamento dos assentamentos.

Para os palestinos, a manutenção das colônias judaicas em territórios invadidos por Israel em 1967 é um obstáculo para a criação de um Estado.

Além disso, para a ANP, o eventual reconhecimento do caráter judaico de Israel violaria direitos de refugiados palestinos, que não poderiam retornar ao território que hoje abriga o país.

LEALDADE A ISRAEL

Ontem, o governo israelense aprovou submeter à votação no Parlamento uma polêmica emenda que estabelece que qualquer pessoa nacionalizada israelense deverá jurar lealdade ao país como "Estado judeu e democrático".

A emenda, proposta pelo ministro de Relações Exteriores, o ultradireitista Avigdor Lieberman, e apoiada por Netanyahu, foi aprovada na sessão semanal do governo israelense por 22 votos a oito. Os únicos contrários foram os seis ministros do Partido Trabalhista, e os do Likud Dan Meridor e Benny Begin.

Líderes da minoria árabe-israelense condenaram o "racista" voto de naturalização --que não se aplica a judeus, que ganham cidadania automaticamente sob a Lei do Retorno.

Analistas sugerem que a aprovação da polêmica lei foi para garantir o apoio de Lieberman a futuras medidas de concessão para um acordo de paz com os palestinos.

A legislação não vai ser aplicada à minoria árabe-israelense, que corresponde a 20% da população e tem representação no Parlamento. Mas os palestinos temem que a lei prejudique os esforços de palestinos e outros não judeus que casaram-se com israelenses de requerer a cidadania.

Na prática, a emenda afetará milhares de pessoas por ano, metade delas palestinas da Cisjordânia e de Gaza que casa-se com os chamados árabes-israelenses, também palestinos que ficaram dentro das fronteiras reconhecidas de Israel a partir de 1948 e têm cidadania israelense.

 

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