Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/10/2010 - 08h35

Em visita à China, secretário de Justiça dos EUA deve abordar caso de Nobel da Paz

Publicidade

DA FRANCE PRESSE, EM HONG KONG

O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Eric Holder, afirmou nesta terça-feira em Hong Kong que pretende abordar com as autoridades de Pequim na quarta-feira (20) o caso do dissidente chinês Liu Xiaobo, premiado com o Nobel da Paz deste ano, que cumpre uma pena de 11 anos de prisão.

"Sem dúvida será um tema que vai ser citado durante as conversações de quarta-feira em Pequim", disse Holder à imprensa.

Liu foi premiado com o Nobel da Paz ainda no dia 8 de outubro, após anos de ativismo político como dissidente.

O anúncio teve uma grande repercussão mundial e chamou a atenção de diversos países principalmente pela dura reação de Pequim, que criticou a escolha e chegou a retaliar a Noruega diplomaticamente.

ATIVISMO

Liu, 54, tem defendido uma mudança política pacífica e gradual, em vez da confrontação com Pequim. O dissidente participou dos protestos da Praça da Paz Celestial duramente reprimidos pelo governo em 1989.

Há dois anos, Liu foi coautor de um documento exortando o governo chinês a conceder mais liberdade ao país e a acabar com o domínio absoluto do Partido Comunista sobre a política chinesa.

Devido a essa carta, o Prêmio Nobel 2010 foi condenado no ano passado a 11 anos de prisão, pena que cumpre atualmente em uma penitenciária de Pequim.

O advogado de Liu, Shang Baojun, disse esperar que, "graças a essa decisão, ele seja liberado rapidamente, embora ainda seja muito cedo para se saber se será assim mesmo".
"Espero que nesta ocasião, a China se abra ainda mais, que se levantem as restrições à liberdade de expressão.

REAÇÃO

O Ministério das Relações Exteriores da China atacou a decisão e disse que o prêmio deveria, em vez disso, ser usado para a promoção da amizade internacional e do desarmamento.

"Liu Xiaobo é um criminoso sentenciado pela Justiça chinesa por violar as leis da China", disse a Chancelaria em Comunicado. "[A decisão] é completamente contrário ao próprio espírito do prêmio e é uma blasfêmia ao Nobel da Paz."

O anúncio em emissoras de TV como a americana CNN foi imediatamente censurado, e sites da internet que fazem a cobertura da premiação foram bloqueados. Tentativas de envio de mensagens de texto por celular com sobre "Liu Xiaobo" não eram possíveis.

Apesar da censura, em Pequim mais de uma dúzia de apoiadores de Liu se reuniram na entrada de um parque na região central da cidade para parabenizar o dissidente. Eles entoavam os gritos "Vida longa à liberdade de expressão, vida longa à democracia!".

Liu, no entanto, é conhecido na China apenas por ativistas políticos, e a maior parte das pessoas que passavam pelo local não paravam por não saber do que se tratava.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página