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Em reforma ministerial, Zapatero substitui chanceler Moratinos
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A reforma ministerial anunciada nesta quarta-feira pelo presidente de governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, custou o cargo a um dos seus mais importantes auxiliares, o ministro das Relações Exteriores, Miguel Ángel Moratinos.
Moratinos, 58 anos, estava no cargo desde a chegada do socialista Zapatero ao governo, em 2004. Sua gestão na Chancelaria foi marcada pela aproximação com Cuba, Venezuela e Marrocos.
Majdi Mohammed - 11.out.2010/AP | ||
O então ministro das Relações Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, em visita recente à Cisjordânia |
É atribuído ainda a Moratinos crédito pela reaproximação com os EUA durante o governo George W. Bush (2001-2009).
Em julho, durante uma viagem sua a Cuba, o regime dos irmãos Castro anunciou acordo com a Igreja Católica para a libertação de 52 presos políticos, dos quais 38 foram para a Espanha.
O espanhol defendeu ante a União Europeia a revisão da chamada posição comum em relação à ilha, que pede por democratização, e a sua substituição por um acordo de cooperação --no que, porém, não foi bem-sucedido.
Moratinos dará lugar a Trinidad Jiménez, ex-ministra da Saúde e próxima de Zapatero.
REFORMA
Zapatero reformulou seu gabinete nesta numa tentativa de fortalecer o impopular governo enquanto implementa medidas de austeridade para reduzir o enorme deficit orçamentário do país.
O respeitado ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, visto como um potencial sucessor de Zapatero, foi nomeado vice-presidente de governo, sem deixar seu cargo atual. Ele vai substituir Maria Teresa Fernández de la Vega. Zapatero não mexeu no Ministério da Economia.
A Espanha terá eleições em 2012, no fim do segundo mandato do governo socialista de Zapatero. No momento, a taxa de aprovação do presidente de governo está em menos de 30%, a mais baixa desde que ele foi reeleito em 2008.
Zapatero firmou recentemente acordos com dois partidos minoritários para conseguir a aprovação do Orçamento de 2011, o qual contempla profundos cortes de despesas feitos com o propósito de assegurar aos investidores que a Espanha pode reduzir seu deficit.
Se Zapatero não tivesse os votos de apoio para o Orçamento, correria o risco de ter de antecipar as eleições num momento em que as pesquisas mostram que ele perderia do Partido Popular, de centro-direita, por quase 15 pontos percentuais de diferença.
HERDEIRO
Como ministro do Interior, Rubalcaba comandou as ações governamentais contra o grupo separatista basco ETA, que foram amplamente vistas como bem-sucedidas por causa da série de prisões de líderes etarras.
"Aparentemente, ele é o herdeiro", disse Pedro Schwarz, um economista da Universidade de São Paulo em Madri. "Ele é inteligente e eficiente, e de fato é um reforço para o governo."
Zapatero declarou também que está dissolvendo os Ministérios da Habitação e da Igualdade, cujas atividades serão incorporadas a outras pastas. Essa medida é parte dos esforços do governo para cortar custos e reduzir o deficit.
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