Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/10/2010 - 07h37

Nos EUA, partidos têm arrecadação recorde após mudança na lei que facilitou doações

Publicidade

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Mais de US$ 3,5 bilhões foram gastos até a última semana por candidatos, partidos e grupos privados em campanhas ao Congresso dos EUA, quantia que vem beneficiando republicanos depois que uma mudança na lei permitiu doações anônimas de empresas.

O dado foi calculado pela ONG OpenSecrets, que monitora uso de verba em lobby e campanhas.

O grupo prevê que o total chegará a US$ 3,7 bilhões, o que tornará as eleições para o Congresso deste ano as mais caras da história -abundância que destoa da situação econômica no país.

É um rio de dinheiro cuja nascente é difícil de ser apontada. A decisão da Suprema Corte que facilitou doações privadas no início do ano permite que corporações canalizem fundos para órgãos que não são obrigados a divulgar doadores, incluindo grupos partidários e a Câmara de Comércio americana.

Esta, ligada ao antigo assessor de George W. Bush (2001-09) Karl Rove, enviou US$ 7 milhões a republicanos só na semana retrasada.

O primeiro lugar coube a um dos centros burocráticos da oposição, o Comitê Nacional Republicano, que gastou quase US$ 12 milhões na última semana computada.

Dos dez maiores financiadores de campanha dos últimos dias, seis gastam exclusivamente em campanhas republicanas. Três dedicam 100% da verba a democratas, e um dividiu doações.

Seis grupos do ranking são privados e quatro são dos partidos. No total, republicanos foram agraciados com US$ 40 milhões, e democratas, com US$ 28 milhões.

VANTAGEM

Tradicionalmente mais alinhados a interesses de grandes empresas, os republicanos vêm contando com vantagens, após a mudança na lei, que não passaram despercebidas ao governo.

David Axelrod, assessor especial do presidente Barack Obama, afirmou que 'obviamente há enorme vantagem para os republicanos, mas isso não é apenas uma ameaça [aos democratas]'.

'Se alguém pode entrar num escritório do Congresso e dizer, 'se você não votar como eu quero, ano que vem darei US$ 10 milhões a Karl Rove', que tipo de impacto isso terá no país?'.

Para Axelrod, a própria democracia está a perigo.

A diferença geral vem acentuando para o lado republicano, mas esse resultado varia quando consideradas campanhas específicas. Em algumas disputas apertadas, como para o Senado da Califórnia, os democratas arrecadaram mais.

Com pouco mais de uma semana para a eleição e todas as projeções apontando para ganhos republicanos, a acelerada financeira da oposição na reta final não é boa notícia para os democratas.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página