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ONU vota pela 19ª vez resolução contra embargo dos EUA a Cuba
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DA EFE
Os 192 países-membros da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) votarão novamente nesta terça-feira uma resolução de condenação do embargo comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba há quase 50 anos.
A reunião será a 19ª ocasião consecutiva na qual o governo cubano apresenta na ONU um projeto de resolução para pedir o fim das sanções americanas contra a ilha.
No ano passado, uma resolução similar foi aprovada com os votos favoráveis de 187 países, três contrários (EUA, Israel e Palau) e abstenções de Ilhas Marshall e Micronésia.
Para a rodada de votação desta terça-feira, espera-se um respaldo parecido da comunidade internacional ao documento que será apresentado pela delegação cubana, que será liderada pelo chanceler Bruno Rodríguez.
Na apresentação de um relatório sobre os efeitos do embargo em Havana, no mês passado, o titular de Exteriores cubano lamentou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tenha ficado "muito abaixo das expectativas" criadas sobre uma possível mudança na política de seu país para com a ilha caribenha.
Rodríguez ressaltou que considera Obama um "político inteligente e honesto" que, devido a prováveis razões de política interna, mantém o bloqueio que "afasta os Estados Unidos de seus interesses nacionais e trai os melhores interesses do povo americano".
O chanceler destacou que seu país "trata o presidente Obama com todo respeito". No entanto, ele criticou que, após ter anunciado uma mudança de política para Cuba e prometido que ouviria seus aliados, a política de Obama se traduz em "um abismo entre seu discurso e seus atos em relação a Cuba".
Segundo o relatório do governo cubano, o embargo imposto em 1962 acarretou danos econômicos diretos ao povo cubano de US$ 100 bilhões a preços correntes, que equivalem a US$ 239 bilhões tomando como base a inflação de preços no varejo americano ou de US$ 751 bilhões ao se medir em termos da cotação do ouro no mercado internacional.
O documento também contesta a impossibilidade, por causa das sanções, de adquirir placas de iodo radioativo, temozolamida e contraste iodado não-iônico.
Segundo o texto, isso faz com que os tratamentos contra câncer e outras doenças sejam muito mais custosos para o regime cubano e menos precisos, algumas vezes pondo em risco a saúde dos pacientes e particularmente das crianças.
Obama, durante sua campanha presidencial, havia declarado intenções de melhorar as relações entre EUA e Cuba, frente às várias medidas de embargo contra Havana impostas por Washington entre 1959, quando Fidel Castro assumiu o governo da ilha, e 1962, pior momento histórico da diplomacia bilateral.
A votação desta terça-feira ocorre um dia depois da decisão adotada pelos ministros de Exteriores da União Europeia (UE) de estabelecer contatos políticos com Cuba e começar a explorar vias para uma nova aproximação com a ilha.
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