Polícia da Grécia explode três outros supostos pacotes-bombas em Atenas

Após a explosão de uma pequena bomba na Embaixada da Suíça em Atenas nesta terça-feira, a polícia da Grécia detonou três outros artefatos explosivos: um encontrado na Embaixada da Bulgária na capital grega, outro, que era dirigido à representação chilena, interceptado na van que realizaria a entrega do pacote e um terceiro nos arredores do Parlamento.

Não há relatos de feridos. As detonações ocorrem apenas um dia após um pacote-bomba explodir em uma empresa de entregas na cidade e outros dois terem sido também detonados pela polícia --um deles destinado ao presidente da França, Nicolas Sarkozy.

	Yiorgos Karahalis/Reuters
	Investigadores deixam a Embaixada da Suíça em Atenas, onde uma bomba explodiu hoje sem deixar feridos

A polícia grega diz suspeitar que ativistas de extrema-esquerda estejam por trás dos episódios.

Ainda hoje pela manhã, autoridades gregas não descartavam a possibilidade de existência de novos pacotes-bombas como os que ontem foram localizados com destino para várias embaixadas em Atenas e a Sarkozy.

"Dentro das pesquisas sobre o atentado de ontem (segunda-feira) e como medida de prevenção, está sendo realizada uma investigação sobre a possibilidade de outros pacotes-bombas para outros destinatários", declarou nesta terça-feira, antes da nova explosão, à agência Efe o porta-voz da polícia grega, Athanasios Kokalakis.

As autoridades enviaram às empresas responsáveis pela entrega de encomendas uma série de recomendações e conselhos sobre como detectar pacotes suspeitos. Peso excessivo para o tamanho, ausência de remetente, a presença de muitos selos ou embalagem mal fechada são alguns sinais que devem chamar a atenção.

Além disso, fontes diplomáticas indicaram à Efe que a Polícia advertiu aos funcionários das embaixadas cuidados com as correspondências recebidas.

NICOLAS SARKOZY

Ontem (1º), a polícia grega afirmou que um dos pacotes-bombas encontrados em Atenas era endereçado ao presidente da França, Nicolas Sarkozy. Um dos artefatos explodiu em uma empresa de entregas na capital da Grécia, e os outros dois foram detonados pela polícia.

"Um dos explosivos que os suspeitos estavam tentando enviar tinha como destino o presidente da República da França, Nicolas Sarkozy", disse um porta-voz da polícia à agência Reuters.

	Orestis Pabagiotou/Efe
	Polícia grega vistoria empresa de logística onde um pacote-bomba destinado a embaixadas explodiu ontem

Ele disse que os outros pacotes eram endereçados às embaixadas da Bélgica, Holanda e México na capital grega. Um deles explodiu antes de ser entregue, dentro de uma empresa de correios, ferindo levemente uma funcionária.

"A polícia acredita que não há ligação com a Al Qaeda. Ainda estamos investigando", disse o policial, acrescentando que dois homens foram presos, suspeitos de ligação com uma guerrilha grega de esquerda.

Segundo a polícia, a bomba que explodiu era transportada pelos suspeitos presos e estava endereçado à embaixada mexicana em Atenas.

"A bomba explodiu minutos depois que dois homens entregaram o pacote. Uma funcionária sofreu leves queimaduras", disse o policial, que não quis ser identificado. Ele acrescentou que os suspeitos estavam usando coletes à prova de balas e portando armas.

A Grécia tem sido abalada por uma onda de ataques com explosivos, geralmente reivindicados por grupos de esquerda. As agressões começaram depois que a polícia matou um adolescente em Atenas em 2008, incitando os piores tumultos na Grécia há décadas.

Em junho, um pacote explodiu no ministério que controla a polícia, matando um dos assessores mais próximos do ministro.

Dois pacotes com explosivos foram encontrados a bordo de aviões na sexta-feira, interceptados no Reino Unido e em Dubai. Ambos eram do Iêmen e endereçados a sinagogas em Chicago.