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Iraniana condenada por adultério não será mais executada hoje, afirma ONG
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DA FRANCE PRESSE
A iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento e que a comunidade internacional tenta salvar, não será executada nesta quarta-feira, segundo o Comitê Internacional contra o Apedrejamento.
"Sakineh Mohammadi Ashtiani não foi executada hoje (quarta-feira). Neste momento já passou o horário das execuções, portanto não será hoje. Mas o risco continua, e pode acontecer a qualquer momento", declarou à agência France Presse Mina Ahadi, porta-voz do Comitê Internacional contra o Apedrejamento, que tem sede na Alemanha.
AP |
A iraniana condenada à morte por adultério; ativistas denunciaram que ela poderia ser executada hoje |
Ontem (2), a ONG disse ter recebido informações de que a iraniana seria executada na prisão de Tabriz, onde está detida. O Comitê Internacional contra o Apedrejamento já tinha informado no último dia 11 que o filho da iraniana tinha sido detido pela polícia junto ao advogado de sua mãe e a dois jornalistas alemães que pretendiam entrevistá-lo.
E na última segunda-feira, (1º) outra ONG, baseada na Itália, já tinha adiantado que o processo de execução de Sakineh poderia ter sido acelerado pela Justiça iraniana.
"Recebemos do Irã informações fundamentadas de uma aceleração dos tempos de execução. Podemos estar na vigília do enforcamento", afirmou o presidente da associação Refugiados Políticos Iranianos na Itália, Karimi Davood.
A iraniana havia sido inicialmente condenada a morrer apedrejada, pena que foi suspensa em agosto, mas autoridades anunciaram em setembro que o castigo havia mudado para o enforcamento. Com isso, passaria a valer o crime mais grave pelo qual Sakineh era acusada --de ter sido cúmplice no assassinato do marido.
Logo depois que a informação foi divulgada, o Ministério de Relações Exteriores iraniano rejeitou que a decisão fosse definitiva e garantiu que os procedimentos legais ainda não estavam concluídos.
ENTENDA
O caso de Sakineh, de 43 anos, atraiu a atenção do mundo inteiro, em uma campanha que mobilizou inúmeros governos e entidades humanitárias. Considerada culpada de adultério pela Justiça iraniana, ela foi condenada à morte por apedrejamento, mas a pena acabou sendo suspensa no início de setembro.
No final do mês passado, autoridades locais anunciaram o castigo de enforcamento como punição pela participação na morte do marido. A medida foi logo retificada pela Chancelaria do Irã, a qual afirmou que as formalidades legais do processo ainda não estavam concluídas.
Entre os que tentaram intervir estiveram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu a libertação de Sakineh e ofereceu-lhe asilo. Em resposta, o governo de Mahmoud Ahmadinejad afirmou que o brasileiro estava "desinformado" sobre o caso.
No dia 5, Sajjad informou à ter pedido a interferência do papa Bento 16 a favor de sua mãe e solicitou asilo político à Itália. Na ocasião, o jovem afirmou que ele e a irmã, Sahideh, temiam ser presos em seu país, e que Kian também corria esse risco.
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