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04/11/2010 - 13h05

Papa Bento 16 diz que Igreja Católica precisa de "purificação e reformas"

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DA ANSA

O papa Bento 16 disse nesta quinta-feira que a Igreja Católica passa por "provações e sofrimentos" e precisa de "purificação e reformas", em uma mensagem em ocasião do quarto centenário de canonização de São Carlos Borromeu.

Em um texto endereçado ao arcebispo de Milão, cardeal Dionigi Tettamanzi, o pontífice assinalou que a instituição necessita de uma "conversão pessoal e comunitária" para atuar "com clara certeza no poder da oração e da penitência".

Mesmo no tempo de Borromeu --que participou do Concílio de Trento (1545-1563), o qual buscava promover a união na igreja, e da Contra-Reforma em seguida ao cisma protestante--, o "rebanho de Deus atravessava tempos dolorosos e difíceis", afirmou o papa.

"Muitas eram as desordens a serem sancionadas, muitos os erros para corrigir, muitas as estruturas para renovar, e todavia São Carlos" decidiu começar "pela própria vida" e "foi capaz de trabalhar em destaque notável e heroico nos estilos de vida que eram característicos da sua dignidade mundana".

"Ele tinha consciência de que uma séria e confiável reforma deveria começar pelos pastores, para que tivesse efeitos benéficos e duradouros no interior do povo de Deus", afirmou o líder máximo da Igreja Católica.

PEDOFILIA

Bento 16 não chegou a se referir aos escândalos de pedofilia que abalaram a instituição recentemente, ao virem à tona em diversos países. Depois da divulgação dos casos, ele falou em várias ocasiões a favor de uma "renovação".

O papa, que em 20 de novembro nomeará 24 novos cardeais --inclusive o brasileiro Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP)--, recomendou a "sacros ministros, presbíteros e diáconos fazer de suas vidas um corajoso caminho de santidade, a não temer a exaltação daquele amor confiante em Cristo pela qual o bispo Carlos se dispôs a esquecer de si mesmo".

Também nesta quinta-feira, o chefe de Estado do Vaticano celebrou uma missa de sufrágio pelos cardeais e bispos falecidos durante o ano, na qual pediu aos fiéis que saibam distinguir "a relatividade daquilo que é destinado a passar, diante daqueles valores que não conhecem a usura do tempo".

Ainda hoje, o pontífice enviou uma mensagem ao presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, cardeal Peter Turkson, afirmando que aos "fiéis laicos" cabe "o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa", também no "mundo da política", e que por isso é de "particular urgência o empenho na formação do laicato católico na doutrina social da igreja".

Em ocasião da assembleia plenária, Bento 16 defendeu uma "renovada evangelização do social", em um contexto que vê permanecerem os "desequilíbrios", e uma coordenação entre os Estados "frequentemente inadequada, porque orientada à busca de um equilíbrio de poder, ao invés da solidariedade".

 

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