Em entrevista, Obama admite "falha de comunicação" com seus eleitores

O presidente dos EUA, Barack Obama, admitiu em uma entrevista divulgada nesta sexta-feira que se focou demais em políticas, mas não conseguiu conquistar o apoio das pessoas para essas iniciativas, levando à grande vitória dos republicanos nas eleições legislativas desta semana.

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"Estávamos tão ocupados e tão focados em fazer um monte de coisas, que paramos de prestar atenção no fato de que liderança não é apenas legislação", disse Obama, em um trecho de uma entrevista ao programa "60 Minutes", da CBS, que deve ser exibida no domingo.

Os republicanos descreveram sua vitória nas urnas como um repúdio do povo à reforma do sistema de saúde e aos programas de estímulo econômico, que dominaram os dois primeiros anos do governo Obama. Os republicanos conquistaram a liderança na Câmara dos Representantes e galgaram mais cadeiras também no Senado.

Mas o presidente disse à CBS que vai tentar corrigir o caminho em direção à sua campanha para a reeleição em 2012.

"É uma questão de persuadir as pessoas, e dar-lhes confiança, e uni-las, e criar um tom e uma discussão que as pessoas possam entender", disse Obama.

"Não fomos sempre bem sucedidos nisso, e assumo minha responsabilidade pessoal por isso. E é algo que eu tenho que avaliar cuidadosamente enquanto sigo em frente".

Obama admitiu não ter feito um trabalho bom o bastante explicando a necessidade de um governo gastar com repasse de dinheiro a bancos e automotivas e o pacote de estímulo econômico.

"As pessoas olharam para aquilo e disseram: 'Cara, parece que há uma grande expansão do governo'", disse Obama.

"O que efetivamente, eu acho, não coloquei em prática, porque estávamos com tanta pressa em fazer essas coisas, estávamos tomando essas medidas não por causa de alguma teoria de que quiséssemos expandir o governo. Foi porque tínhamos uma situação de emergência, e queríamos ter certeza de que a economia não caísse num penhasco."

Em entrevista coletiva na quarta-feira, Obama disse que perdeu o contato com os eleitores, que lhe deram um "chacoalhão", a ele e aos democratas.