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08/11/2010 - 09h51

Partidos pró-militares devem dominar eleição em Mianmar

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Junta Militar deve se manter no poder após eleições legislativas de Mianmar, as primeiras em 20 anos, dominadas por dois partidos pró-militares.

Em meio à apuração, os militares enfrentaram confrontos com rebeldes na Tailândia. O governo tailandês diz que ao menos 10 mil birmaneses já se refugiaram no país.

As complexas regras eleitorais impediram qualquer reviravolta democrática na eleição, que marca o final de meio século de controle direto dos militares sobre a política. A TV estatal informou que o eleitorado votou "com liberdade e felicidade", mas testemunhas relataram irregularidades e baixo comparecimento.

O jornal oficial "New Light of Myanmar" publicou listas de vencedores em 57 circunscrições, das quais 55 tinham candidato único. A maioria dos cargos ficou com o governista Partido da União, Solidariedade e Desenvolvimento (PUSD).

No novo Parlamento, 25% das vagas estão reservadas para generais da ativa. O PUSD tinha 27 ministros como candidatos e disputou quase todas as 1.163 vagas que a TV estatal disse estarem em aberto. Seu único rival real, o Partido da Unidade Nacional, também apoiado pelo Exército, disputa 980 vagas.

"Não há dúvida de que o novo governo será militar à paisana, mas o Parlamento também oferece alguma esperança de uma transição gradual para um sistema onde haja mais espaço para o debate político", disse Christopher Roberts, especialista em estudos asiáticos e relações internacionais na Universidade de Canberra.

Em notas divulgadas separadamente, o presidente dos EUA, Barack Obama, e o chanceler britânico, William Hague, disseram que o pleito birmanês não foi nem justo nem livre.

Ninguém prevê o fim das sanções ocidentais a Mianmar, mas a eleição pode reduzir o isolamento do país num momento em que a vizinha China aumenta dramaticamente seus investimentos em gás natural e outros recursos no país.

Passadas as eleições, o foco agora se volta para a dissidente e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, cuja prisão domiciliar expira no sábado. Ela passou 15 dos últimos 21 anos detida.

Suu Kyi conclamou seus seguidores a boicotarem a eleição de domingo. Seu filho mais novo, Kim Aris, viajou do Reino Unido a Bancoc, provocando especulações de que ela seria solta em breve, mas a embaixada birmanesa rejeitou nesta segunda-feira a solicitação de visto de entrada para ele.

CONFRONTOS

Ilustrando as tensões étnicas no país, houve um confronto entre rebeldes da etnia minoritária karen e soldados na cidade fronteiriça de Myawaddy. Ao menos três pessoas morreram e 11 ficaram feridas.

A tensão aumentou no domingo, quando os rebeldes protestaram de maneira violenta contra as eleições, das quais foram excluídos milhões de membros das minorias étnicas.

Vários foguetes e morteiros caíram no lado tailandês.

Os combates obrigaram ainda 10 mil pessoas a fugir para a Tailândia, segundo o governo do país vizinho. Muitos refugiados são mulheres e crianças, informou Samart Loyfah, governador da Província tailandesa de Tak, perto da fronteira.

"Atualmente, o número de birmaneses refugiados chega a 10 mil", declarou.

 

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