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Sanções dividiram o Irã, mas ataque militar uniria o país, opina Robert Gates
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PHIL STEWART
DA REUTERS, EM WASHINGTON
As sanções contra o Irã estão surtindo efeito, e têm provocado divisões na liderança do país, disse nesta terça-feira o secretário de Defesa americano, Robert Gates, ao argumentar contra um ataque militar por conta do programa nuclear de Teerã.
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O Irã concordou na semana passada com um encontro com um representante das seis grandes potências pela primeira vez em mais de um ano para debater sobre sua iniciativa de enriquecer urânio. Diplomatas e analistas, porém, veem poucas chances de avanço com relação à disputa.
Gates afirmou, no entanto, perceber ter poucas alternativas para seguir com uma estratégia política que inclua sanções e reiterou que um ataque militar apenas adiaria a capacitação nuclear pelo Irã em dois ou três anos.
S. Sabawoon/Efe - 2.set.10 | ||
Segundo Gates, o presidente iraniano está cada vez mais em desacordo com o aiatolá Ali Khamenei |
Ele acrescentou que as sanções "afetaram de forma muito mais dura do que o antecipado (pela liderança iraniana)" e sugeriu que o presidente Mahmoud Ahmadinejad está cada vez mais em desacordo com o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei.
"Temos até mesmo evidências de que Khamenei, agora, começa a se perguntar se Ahmadinejad está mentindo para ele sobre o impacto das sanções sobre a economia. E se ele está obtendo as informações corretas em termos de quão problemática está a economia", disse Gates ao Conselho de diretores do "Wall Street Journal" em Washington.
O Ocidente acredita que o Irã tem como objetivo usar o programa de enriquecimento de urânio para fabricar armas atômicas, o que o Irã nega. Tanto Israel como os EUA afirmam que todas as opções permanecem sobre a mesa para lidar com as ambições nucleares do país.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, endureceu sua retórica na semana passada convocando o Ocidente a convencer o Irã de que estaria disposto a desferir uma ação militar a fim de evitar que Teerã produza armas nucleares. Ele afirmou que até agora as sanções econômicas fracassaram.
Gates tem discordado publicamente de Netanyahu sobre a necessidade de impor uma ameaça militar.
Embora ele tenha admitido na terça-feira que os líderes iranianos "ainda tenham a intenção de adquirir armas nucleares," ele afirmou que uma ação militar não é uma resposta para o longo prazo.
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