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Cúpula paralela reúne pacifistas em protesto contra a Otan
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ANTONIO TORRES DEL CERRO
DA EFE, EM LISBOA (PORTUGAL)
Os movimentos pacifistas europeus organizaram uma cúpula paralela à da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) com atos culturais, políticos e uma manifestação que querem transformar em atos de rejeição à Aliança Atlântica.
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Porta-vozes da plataforma portuguesa Anti-Otan (Pagan) confirmaram que, entre os dias 19 e 21 de novembro, serão realizadas conferências, debates e oficinas para analisar a nova estratégia da Otan e sua "militarização crescente".
O movimento diz querer evitar o confronto, e lamenta a "criminalização" destas iniciativas por causa dos alertas lançados pelas autoridades lusas de possíveis ações violentas durante a cúpula.
Os atos da "contracúpula" culminarão com uma manifestação, organizada por uma plataforma cívica agrupada em torno da campanha "Paz sim, Otan, não", da qual participam, entre outros organismos, o maior sindicato português, a Confederação Geral de Trabalhadores de Portugal (CGTP), de linha comunista.
As ações acontecerão no centro de Lisboa, longe do recinto do Parque das Nações, onde se reunirão os 28 chefes de Estado e de Governo dos países membros da Otan.
"A organização é uma estrutura anacrônica, que não tem razão de existir e representa uma ameaça para a estabilidade mundial", segundo a portuguesa Ana Silva, uma das integrantes da Pagan.
A ativista lusa assinalou que a "contracúpula" servirá para denunciar o papel da aliança no controle dos recursos energéticos e sua contribuição ao agravamento da mudança climática, e questionará ainda sua linha militar "agressiva, cujo objetivo é preservar os interesses capitalistas".
A contradição de investir no setor militar em tempos de crise e defender a promoção da paz permanente é uma das mensagens centrais que os anti-Otan querem transmitir.
Entre os oradores previstos, há figuras políticas e culturais de vários países, entre eles França, Alemanha, Suécia, Afeganistão e Espanha, assim como políticos portugueses de esquerda e representantes de movimentos sociais e sindicais.
Apesar da bandeira pacifista desfraldada pelas atividades cívicas, as autoridades lusas reforçaram as medidas de segurança e aumentaram o esquema de segurança com a compra de 45 veículos militares, entre eles vários blindados.
As forças de segurança portuguesas temem que se repitam os episódios de abril em Estrasburgo (França), onde radicais protagonizaram graves distúrbios em uma passeata anti-Otan durante a última reunião de alto nível da organização.
A polícia lusa está preocupada principalmente com a presença de cerca de 700 membros do Black Block, um grupo anarquista conhecido por suas violentas ações em outras cúpulas.
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