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19/11/2010 - 10h21

Otan faz cúpula de olho no Afeganistão e em novas ameaças mundiais

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) inicia nesta sexta-feira, em Lisboa (Portugal), sua cúpula com o objetivo acelerar a adaptação da organização às novas ameaças mundiais e de discutir uma data para a retirada das tropas do Afeganistão.

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A reunião de chefes de Estado e Governo dos 28 países-membros da Otan aprovará nesta sexta-feira o novo conceito estratégico, um documento que reúne as metas básicas da organização.

O atual modelo é de 1999 e o novo documento prevê uma maior globalização da entidade, visto que a maioria dos perigos que enfrenta vêm de fora do cenário europeu, como ciberterrorismo, mísseis balísticos, terrorismo, pirataria marítima e ameaças à segurança energética.

Para isso, a Otan prevê aumentar o papel da cooperação política em nível multilateral com a ONU e a União Europeia (UE), além de colaborar com grandes atores internacionais, como China, Índia e Brasil.

Apesar disso, o secretário-geral da Otan, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, reiterou nos últimos dias que a aliança militar não quer ser "um fiscal mundial", mas necessita atuar "com perspectiva global".

A lista de tarefas inclui um delicado capítulo sobre desarmamento nuclear. Trata-se de um debate complexo, mas a Otan quer apresentar nesta sexta-feira seu acordo político para dar início a um sistema de defesa contra mísseis balísticos (visto que mais de 30 países têm ou estão desenvolvendo esta tecnologia).

O projeto que a Otan prepara prevê expandir o sistema no qual já vem trabalhando para defender suas tropas contra mísseis, em parceria com o modelo desenvolvido pelos Estados Unidos.

A organização insiste que o custo de interconexão desses sistemas será de menos de 200 milhões de euros escalonados em dez anos, mas funcionários da Otan e diplomatas reconhecem que esse número não inclui o custo de novos equipamentos militares (radares, mísseis) para estender a proteção a toda Europa.

AFEGANISTÃO

No sábado, haverá uma reunião entre os países com tropas no Afeganistão, a UE e as organizações internacionais mais presentes no país, como a ONU e o Banco Mundial, além do próprio presidente afegão, Hamid Karzai.

Na ocasião, será anunciado formalmente o início da transição da responsabilidade da segurança para os afegãos em alguns distritos mais seguros para o começo de 2011, um processo que deve ser estendido progressivamente a todo o país até o fim de 2014.

Quase 150 mil soldados americanos e da Otan estão atualmente posicionados no Afeganistão para combater os talebans, que ganharam terreno nos últimos anos, apesar do envio regular de reforços ocidentais, especialmente americanos.

Apesar dos países aliados concordarem que a meta é realista, isso dificilmente significa que a guerra chega ao seu final. A Otan e o Afeganistão devem assinar um acordo de cooperação a longo prazo, para manter compromisso das tropas internacionais com a segurança do país.

"Eu acho que, vendo retrospectivamente, nós subestimamos o desafio e nossa operação no Afeganistão não teve recursos suficientes. E sim, isso foi um erro", admitiu nesta quinta-feira Rasmussen.

"Nós estamos no caminho certo agora e é por isso que eu estou muito otimista sobre nossa operação no Afeganistão e nós faremos um anúncio positivo em Lisboa --que a saída está por começar", completou.

A guerra contra o grupo islâmico Taleban, que já se arrasta há nove anos, se transformou em um dos maiores desafios para a aliança. Embora a vitória esteja distante de ser declarada, a impopularidade do conflito é cada vez maior na Europa e pressão para retirada aumenta.

Alguns dos principais aliados dos EUA na guerra já dizem publicamente que o caminho militar não é a melhor escolha para obter estabilidade no país. Nesta quarta-feira, o novo ministro de Defesa da França, Alain Juppe, disse em entrevista a uma rádio que o Afeganistão é uma armadilha para as tropas aliadas.

Milhares de ativistas devem chegar à capital portuguesa nesta sexta-feira para protestar pela retirada das tropas.

CRISE

Os líderes aliados também preveem aprovar nesta sexta-feira o modelo de redução de quartéis-generais (de 11 para sete) e de agências (de 14 para três) da organização, na busca de uma redução de custos e maior eficiência.

No entanto, o fechamento de instalações não será decidido de imediato, mas no primeiro semestre de 2011. O próprio Rasmussen admite que haverá "negociações duras" com os países que possam ser afetados.

Em um panorama de crise econômica, com cortes de despesas em defesa em muitos países-membros, Rasmussen apresentará também aos dirigentes aliados uma lista de dez setores prioritários de investimento, entre eles a luta contra bombas de fabricação caseira e o transporte estratégico.

RÚSSIA

A agitada reunião de Lisboa terminará com uma cúpula dos líderes da entidade com o presidente russo, Dmitri Medvedev, na qual será traçado um novo começo para as relações com Moscou.

Em primeiro lugar, a Otan espera acordar com o Kremlin o início de estudos conjuntos sobre a possível cooperação russa no sistema antimísseis.

Além disso, ambas as partes devem assinar uma declaração conjunta sobre as ameaças comuns que enfrentam (como o terrorismo e a pirataria marítima), e negociar um aumento do apoio logístico e militar russo no Afeganistão.

 

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