Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/11/2010 - 12h49

Chefe das Forças Armadas de Madagáscar se reúne com militares amotinados

Publicidade

DA REUTERS, EM ANTANANARIVO
DE SÃO PAULO

O chefe do Estado Maior das Forças Armadas de Madagáscar se reuniu nesta sexta-feira com o grupo dissidente de militares que, há dois dias, proclamaram ter assumido o poder na ilha.

O chefe militar, general Andre Ndriarijoana, que afirmara que esmagaria qualquer tentativa de rebelião entre as forças de segurança, visitou por cerca de duas horas os dissidentes em um quartel perto do aeroporto internacional da capital Antananarivo. Ele deixou o local sem divulgar nenhum comunicado.

Siphiwe Sibeko/Reuters
Soldados patrulham a rua depois de dispersar multidão perto do acampamento de Ivato, onde estão militares dissidentes
Soldados patrulham a rua depois de dispersar multidão perto do acampamento de Ivato, onde estão militares dissidentes

Um outro militar disse à Reuters, em condição de anonimato, que as conversações prosseguem mesmo sem o general. A informação foi confirmada por um rebelde que está no quartel.

O governo de Madagáscar pediu nesta sexta-feira que as famílias que vivem no quartel rebelado deixassem o local, mas prometeu evitar um banho de sangue contra os militares amotinados.

As forças de segurança chegaram a usar, contudo, gás lacrimogêneo para dispersar uma multidão que se aglomerava perto do local.

Os oficiais rebeldes dizem que pretendem derrubar o presidente Andry Rajoelina, que chegou ao poder em golpe de Estado apoiado pelo Exército, e constituir um conselho militar em Madagáscar, país insular na costa africana do oceano Índico.

O governo disse que irá esmagar a rebelião, mas até agora não agiu. Alguns analistas alertam que um confronto violento poderia rachar permanentemente as Forças Armadas malgaxes.

"Estamos pedindo às famílias no quartel Bani, em Ivato, e às pessoas que vivem próximas que deixem a área", disse à Reuters o ministro das Forças Armadas, Lucien Rakotoarimasy, acrescentando no entanto que "as negociações [com os rebeldes] continuam".

A imprensa disse que os militares leais a Rajoelina montaram um posto de controle no acesso ao quartel Bani, perto do aeroporto internacional que serve a capital. Os meios de comunicação locais disseram também que algumas escolas próximas dali dispensaram seus alunos.

CRISE

Esta não é a primeira vez que um grupo rebelde tenta assumir o poder. Um outro grupo dissidente tomou controle brevemente de um acampamento militar em maio passado, antes de serem retirados por forças de segurança.

Arte/Folha Online
Mapa de Madagáscar

O próprio presidente Andry Rajoelina, então prefeito de Antananarivo, realizou um golpe de Estado em 2009 com o apoio do Exército e derrubou o presidente eleito Marc Ravalomanana, assumindo o poder. A crise desencadeou violentos confrontos que deixaram centenas de mortos.

Analistas veem o referendo constitucional como um voto de confiança em Rajoelina. Embora as projeções indiquem vitória do sim, observadores políticos afirmam que um baixo comparecimento, especialmente na capital, seria um golpe para Rajoelina e não faria nada em ajudar a legitimar seu governo.

Mediadores internacionais conseguiram uma série de acordos de divisão de poder entre Rajoelina, Ravalomanana e outros dois copresidentes --mas todos fracassaram por rixas na divisão dos cargos ministeriais. Os três principais partidos de oposição, cada um liderado por um ex-presidente, estão boicotando o referendo.

A nova constituição diminui a idade mínima para ser presidente em cinco anos, chegando a 35, a idade de Rajoelina quando assumiu o poder em 2009. A medida regulariza sua candidatura para as eleições previstas para 4 de maio de 2011.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página