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19/11/2010 - 16h08

Otan inicia cúpula com foco no Afeganistão e sistema antimísseis europeu

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DE SÃO PAULO

O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, inaugurou nesta sexta-feira a cúpula da aliança atlântica, com foco em definir uma data para a saída das tropas do Afeganistão, adaptar a organização às necessidades do século 21 e abrir uma nova etapa de diálogo e cooperação militar com a Rússia.

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Rasmussen deu as boas-vindas às delegações de perto de meio centena de países que participam da conferência, e nas cúpulas da Aliança com Rússia e dos EUA com a UE, que também acontecem em dois dias de reuniões em Lisboa.

"Vamos tomar decisões que definirão o futuro de nossa Aliança", declarou Rasmussen.

Os dirigentes da aliança atlântica lançarão um ambicioso plano para passar para os afegãos a responsabilidade das operações, agora em mãos de 150 mil militares estrangeiros, que poderão começar a deixar o país já no próximo ano.

Ao preparar a conclusão do capítulo mais doloroso de sua história, com 2.200 soldados estrangeiros mortos desde o início da guerra contra os insurgentes do grupo Taleban no final de 2001, a Otan prevê comprometer-se, além disso, a aprender com os erros dessa missão, cujas lições se verão refletidas no novo "conceito estratégico".

Esta será um mapa do caminho que determinará principalmente as prioridades da organização durante a próxima década e que estará adaptada às novas ameaças: terrorismo, mísseis balísticos e ciberataques.

Os líderes da Otan também darão luz verde a um reforço do sistema antimísseis na Europa e convidarão a Rússia a unir seu próprio sistema, durante uma reunião no sábado, à margem da cúpula com o presidente russo, Dmitri Medvedev, que servirá para reforçar os laços entre os antigos inimigos da Guerra Fria.

Será uma cúpula histórica, segundo as palavras de Rasmussen, que está reunidos com 28 chefes de Estado e de governo dos membros da organização, além do presidente afegão, Hamid Karzai.

"Vamos entrar em uma fase fundamentalmente nova no Afeganistão com o lançamento do processo de transição, que começará no início de 2011, em uma data ainda não determinada, e que, se as condições permitirem, será completado em 2014", previu Rasmussen.

O objetivo é que a Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Otan passe o controle da segurança distrito por distrito, com períodos de transição de entre 18 e 24 meses, ao exército e à polícia afegãos.

O calendário poderá permitir a retirada dos primeiros contingentes a partir de 2011, enquanto que os que permanecerem no país asiático além de 2014 se ocuparão a princípio apenas de apoiar as forças locais.

No entanto, Rasmussen prevê que será necessário o envio de várias centenas de militares suplementares para treinar as forças locais antes do final de 2011.

Todos os países da Otan e outros 20 participam na Isaf, apesar de dois em cada três soldados estrangeiros presentes no Afeganistão serem americanos.

A adoção de uma estratégia de saída coincide com o aumento dos ataques insurgentes, no ano mais violento para as tropas estrangeiras, com quase 650 mortos, apesar do reforço da presença militar americano.

Consciente do risco de fracasso e do apoio minguante da opinião pública, especialmente europeia, a missão militar no Afeganistão, a Otan prevê lançar em Lisboa uma "associação em longo prazo" com Cabul, além de 2014, uma forma de prometer que não abandonará as autoridades afegãs.

Paralelamente, os 28 preveem adotar seu novo "conceito estratégico" que substituirá o anterior de 1999 e prevê fazer da Otan um instrumento mais eficiente frente as ameaças modernas, segundo Rasmussen.

Apoiarão, além disso, a ideia de criar um sistema antimísseis destinado a proteger a população civil na Europa e convidarão a Rússia a conectar seu sistema durante a cúpula com Medvedev.

Finalmente, aprovarão reduzir o número de efetivos militares e civis permanentes da Otan, em tempos em que a austeridade está na ordem do dia.

Com agências de notícias

 

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