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20/11/2010 - 07h30

Campanha estimula indianas a só casarem se seus lares tiverem vaso sanitário

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NINA TRAMULLAS
DA EFE, EM NOVA DÉLI

"Sem vaso sanitário, não me caso" é a mensagem utilizada por uma campanha promovida pelo governo de um Estado do norte da Índia, que conseguiu que 1,4 milhão de vasos fossem instalados em lares do país, onde metade da população não conta com esse utensílio de higiene básica.

No Dia Mundial do Vaso Sanitário nesta sexta-feira, o escritório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para o sul da Ásia destacou o sucesso da campanha "No toilet, no bride", impulsionada desde 2009 pelas autoridades de Haryana, um pequeno Estado da região de Déli.

A ideia é convencer as famílias, que normalmente se encarregam de organizar os casamentos na Índia, a rejeitarem os pretendentes de suas filhas que não aceitarem construir vasos sanitários em suas casas, para incentivar a higiene básica entre a população.

Popularmente conhecida como "No loo? No 'I do'" ("Sem privada? Não aceito", em tradução livre), a iniciativa conta com o apoio financeiro do governo, que custeia 80% da construção de banheiros nos lares mais pobres.

"Deu muito trabalho para criar consciência sobre a higiene. Mas nos demos conta de que envolvendo as mulheres seria mais fácil", explicou recentemente a diretora do departamento de desenvolvimento para mulheres e crianças de Haryana, Neerja Shekhar.

AVANÇOS

Graças à campanha, "muitas famílias pobres têm um banheiro em suas casas", acrescentou ela.

Isto pode "servir como um impulso fantástico para as comunidades" de toda a Índia, declarou a diretora de comunicação da Unicef no sul da Ásia, Sarah Crowe.

Ela destacou que é preciso educar para convencer as pessoas da importância de se ter banheiro em seus lares.

Na índia, 638 milhões de pessoas não têm vaso sanitário em casa, segundo dados da Unicef.

Em 1999, o governo indiano lançou um programa de quase US$ 3 bilhões que previa a construção de 118 milhões de banheiros, principalmente em escolas, creches e regiões rurais.

Segundo dados oficiais, há dois anos ainda faltavam construir vasos sanitários em 115 milhões de lares rurais, por isso parece difícil cumprir o objetivo do governo de acabar com a defecação ao ar livre até 2012.

Em comunicado, a Unicef alertou para os riscos a que a população que defeca ao ar livre se expõe, como diarreia, malária e aids, e calculou em 500 mil o número de crianças do sul da Ásia que morrem anualmente por causa das insalubridade.

RISCOS

As ONGs que colaboram nas campanhas governamentais para promover o uso do vaso sanitário advertem que, além dos riscos para a saúde, as mulheres se arriscam a ser assediadas ao saírem de suas casas para fazer suas necessidades durante a madrugada.

Crowe considerou louvável a aspiração das jovens que se casam em Haryana de obter "uma vida melhor" graças às instalações sanitárias que exigem em seus futuros lares.

Em comunicado, a Unicef alertou que a região está no rumo certo para atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que segundo seus cálculos, nesse ritmo só será possível em 2043, 28 anos depois da data previsto.

Na Índia, "há mais famílias com televisões em suas casas e mais pessoas que têm telefones celulares do que instalações sanitárias decentes", lamentou a organização.

 

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