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27/11/2010 - 19h13

Às vésperas das eleições no Haiti, candidato a presidente sofre suposta emboscada

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um dos candidatos mais bem cotados nas eleições presidenciais deste domingo no Haiti, o artista Michel "Sweet Micky" Martelly, foi vítima de uma emboscada na sexta-feira na cidade de Les Cayes (sul), informou sua porta-voz, Karine Beauvoir. Segunda ela, uma pessoa morreu e várias ficaram feridas no incidente, que teria sido provocado por partidários do candidato governista, Jude Célestin.

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Cantor de ritmo popular haitiano tenta ser presidente do país
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Veja clipe do cantor e candidato a presidente do Haiti Sweet Micky
Eleições no Haiti têm 18 candidatos e seis favoritos; saiba mais

Thony Belizaire/AFP
Equipe de campanha de Michel Martelly diz que o candidato à presidência foi vítima de uma emboscada
Equipe de campanha de Michel Martelly diz que o candidato à presidência foi vítima de uma emboscada

"Martelly estava na rua com seus eleitores. As pessoas esperavam em uma rua. Houve uma emboscada. Dispararam contra a multidão com armas automáticas", disse a porta-voz, afirmando que "há um morto e vários feridos".

Martelly é o mais famoso cantor de kompa, ritmo mais popular do Haiti. Ele é um dos primeiros colocados na disputa entre 18 candidatos à Presidência do Haiti nas eleições deste domingo.

O porta-voz da polícia da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti, Jean-François Bezina, confirmou que houve "um incidente em Les Cayes" e que ele está sendo investigado, mas não forneceu um número oficial de vítimas. "A polícia da ONU não está envolvida no inci"ente", limitou-se a dizer.

Uma fonte da polícia de Les Cayes disse que houve tiros, mas que não há registro de mortos ou feridos.

Há também confusão sobre a presença do próprio Martelly no local, já que, segundo a polícia, ele tinha saído dali quando começaram os disparos. Segundo a equipe do candidato, no entanto, tudo aconteceu quando ele estava prestes a fazer um discurso.

O assessor de campanha de Martelly, Antonio Sola, disse que o candidato correu para seu veículo a prova de balas, onde colocou um colete a prova de balas também. Ele não sofreu ferimentos.

"Michel andava no meio de uma multidão imensa... quando um tiro de arma automática foi disparado contra o grupo", disse a mulher do candidato, Sophia, ao jornal "Le Nouvelliste".

Há ainda uma versão da imprensa local segundo a qual o enfrentamento começou quando partidários do próprio Martelly atacaram um veículo da coalizão governista.

DISPUTA ELEITORAL

Neste domingo, 4.714.112 eleitores devem comparecer a um dos 11.181 pontos de votação, abertos entre 6h e 16h.

Além de eleger um sucessor para o presidente René Preval, que não pode concorrer novamente após dois mandatos, nas eleições deste domingo também serão escolhidos os 99 membros da Câmara dos Deputados e 11 dos 30 membros do Senado.

Segundo as últimas pesquisas, os favoritos entre os 18 candidatos à Presidência são o governista Jude Célestin, 48, protegido de Preval, e a matriarca opositora Mirland Manigat, 70 anos, que foi primeira-dama por uns meses, durante o governo de seu marido, Leslie Manigat, derrubado por um golpe militar de Estado. No terceiro lugar aparece Michel Martelly, 49.

Pesquisas e analistas prevêem que não haverá um ganhador claro que consiga a maioria necessária de mais de 50% dos votos, e deve haver segundo turno em 16 de janeiro.

DESAFIOS

As eleições deste domingo no país mais pobre do hemisfério Ocidental enfrenta enormes desafios de segurança, saúde e organização, sem falar em uma epidemia de cólera que já matou cerca de 2.000 pessoas e está piorando, segundo especialistas da ONU. O país ainda se recupera do terremoto de 12 de janeiro, que matou cerca de 250 mil pessoas e deixou 1,3 milhão de desabrigados vivendo em acampamentos improvisados.

Em meio à violência esporádica, também houve confusão entre muitos dos 4 milhões de eleitores registrados para votar.

Parte da violência foi dirigida contra as forças de segurança da ONU, acusadas de trazerem o vibrião da cólera ao país. A ONU alega não haver prova conclusiva disso.

O governo do Haiti, a missão de paz da ONU e analistas internacionais defendem que é melhor manter as eleições na data prevista, apesar dos vários desafios, do que arriscar deixar um vácuo político se o pleito for adiado.

Em Beaumont, pequena cidade no sudoeste do país, duas pessoas morreram em confronto com pedras e garrafas entre simpatizantes do candidato Jude Célestin e Charles Henri Baker.

O governo e autoridades da ONU pediram calma.

 

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