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01/12/2010 - 12h46

Hamas diz que honraria referendo sobre acordo de paz com Israel

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NIDAL AL MUGHRABI
DA REUTERS, EM GAZA

O movimento islâmico palestino Hamas, cuja carta de princípios defende a eliminação de Israel, aceitaria o resultado de um referendo palestino sobre um futuro tratado de paz com o país, disse nesta quarta-feira seu líder.

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Falando em uma rara coletiva de imprensa no enclave bloqueado por Israel, Ismail Haniyeh assinalou um abrandamento da posição que o Hamas mantém há muito tempo, a qual exclui a cessão de qualquer parte do território que até 1948 foi a Palestina sob mandato britânico.

"Aceitamos um Estado palestino nas fronteiras de 1967, com Jerusalém como sua capital, a libertação de prisioneiros palestinos e a resolução da questão dos refugiados", disse Haniyeh, aludindo ao ano da Guerra dos Seis Dias, em que Israel capturou Jerusalém Oriental (a parte árabe da cidade), a Cisjordânia e a faixa de Gaza.

"O Hamas respeitará os resultados [de um referendo], independentemente de eles diferirem de sua ideologia e seus princípios", disse Haniyeh, desde que o dito referendo abrangesse todos os palestinos da faixa de Gaza, da Cisjordânia e da diáspora.

Redigida em 1988, a carta do Hamas considera a terra inteira da Palestina, incluindo o atual Israel, como pertencente aos muçulmanos. A ideia de um referendo sobre um futuro acordo de paz com Israel foi rejeitada por alguns líderes do Hamas quando proposta pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, vários meses atrás.

Desde então, as negociações entre Abbas e Israel vêm tropeçando por causa da recusa de Israel de suspender as construções nos assentamentos judaicos da Cisjordânia, incluindo os de Jerusalém Oriental.

NÃO HÁ AL QAEDA EM GAZA

Haniyeh disse que Israel não está disposto a dar aos palestinos um Estado plenamente soberano e que, por essa razão, ele não tem esperança de que rendam frutos as frágeis tentativas mediadas pelos EUA de reativar o processo de paz.

Ele disse que seu movimento está disposto a cooperar com países ocidentais e europeus "que queiram ajudar o povo palestino a recuperar seus direitos". Os EUA e a União Europeia qualificam o Hamas de organização terrorista e não reconhecem sua autoridade na faixa de Gaza.

"Exortamos os chanceleres europeus a rever sua posição relativa às reuniões com o governo eleito", disse Haniyeh, acrescentando que contatos sobre isso estão sendo feitos com representantes das Nações Unidas na faixa de Gaza.

Haniyeh negou a alegação de Israel de que os militares israelenses teriam matado três membros da organização Al Qaeda na Faixa de Gaza no mês passado.

Israel disse que dois dos três militantes que matou em novembro planejavam ataques contra turistas israelenses e ocidentais no território egípcio do Sinai.

Haniyeh disse que uma prioridade de seu governo é evitar uma escalada militar com Israel, por meio da persuasão de outras facções militantes a preservar um cessar-fogo "de facto".

Ele afirmou ainda que o Hamas já se distanciou repetidas vezes da Al Qaeda e não hesitou em condenar ataques reivindicados por essa organização em algumas capitais árabes e ocidentais.

 

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