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08/12/2010 - 14h19

Prisioneiro exige ser retirado de penitenciária incendiada no Chile

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DA ANSA, EM SANTIAGO DO CHILE

Um dos detidos que continua dentro da penitenciária de San Miguel, que pegou fogo nesta madrugada, declarou em uma ligação de telefone celular à imprensa chilena que "há muita fumaça no lugar" e exigiu ser retirado logo do local.

"O incêndio está controlado, mas temos pessoas vivas e estamos nos intoxicando com a fumaça. Estamos presos, os policiais estão para chegar para bater na gente com paus, com tudo, para nos bater por nada. Temos mais quarenta pessoas" na cadeia, afirmou o preso, que não quis se identificar, à rádio chilena Bío-Bío.

"Estamos amontoados, vão me massacrar. Há muita fumaça no lugar. Aqui, por um telefone, batem em todos. Meu irmão está aqui", continuou o prisioneiro.

REINCIDÊNCIA

Uma mulher que se identificou como tia do réu Jesús Suárez declarou à rede televisiva Chilevisión que "não é a primeira vez que isso ocorre aqui. Há oito anos ocorreu o mesmo e a polícia viu o que estava ocorrendo e não abriu a porta aos menores. Por isso, daquela vez morreram várias crianças queimadas e agora ocorre o mesmo", disse.

"Sabemos que os menores estão pagando pelo que fizeram, mas não é para mantê-los como animais, porque também são seres humanos e chilenos", acrescentou a mulher à imprensa.

INCÊNDIO

Nesta madrugada, a penitenciária de San Miguel, localizada na periferia ao sul de Santiago do Chile, foi o cenário de um incêndio que matou ao menos 81 prisioneiros e deixou outros 14 com queimaduras graves nas vias aéreas e no rosto, segundo o último informe do ministro de Saúde do Chile, Jaime Mañalich. Também ficaram feridos três carcereiros e um bombeiro.

O alarme de fogo foi dado às 5h51 locais (6h51 no horário de Brasília) e foi seguido pela retirada de mais de 200 réus, uma vez que as chamas se espalharam do quarto para o terceiro piso.

Segundo o prefeito de Santiago, Fernando Echeverría, no setor norte da torre cinco foram resgatados com vida 60 presos "e quinze falecidos por asfixia". No setor sul, 72 homens foram resgatados e 66 deles morreram.

"Há 1.900 internos nesta prisão. Somente foi afetada a torre cinco do quarto piso", informou Echeverría. Os homens evacuados foram agrupados em uma quadra esportiva da penitenciária enquanto forças especiais da polícia chegavam para impedir fugas e controlar a situação.

"Depois de uma briga houve um incêndio, no setor sul. O incêndio foi gravíssimo, é muito difícil que tenhamos uma lista" de vítimas, colocou o prefeito, que foi atingido por um ovo na cara, lançado por um familiar de um dos prisioneiros que estava angustiado pela situação de tensão e pela falta de informação sobre os parentes detidos.

Do lado de fora da penitenciária, os familiares dos réus gritam os nomes de seus parentes presos e choram. Alguns chegaram a pular as grades de acesso, entrar nos estacionamentos e subir nos carros para tentar algum contato com os prisioneiros. De dentro da cadeia, os presidiários gritam seus nomes para que seus familiares do outro lado saibam que estão vivos.

O subdiretor de operações da polícia penitenciária, coronel Jaime Concha, admitiu que a situação "é super complicada" e informou que estão "fazendo a identificação por meio de provas técnicas e científicas através do Instituto Médico Legal".

 

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