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11/12/2010 - 10h13

Candidatos rejeitam recontagem de votos no Haiti

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DA FRANCE PRESSE, EM PORTO PRÍNCIPE (HAITI)

A principal candidata à Presidência do Haiti, Mirlande Manigat, e o terceiro colocado, o popular cantor Michel Martelly, rejeitaram participar de uma recontagem de votos da disputada eleição, o que ameaça aprofundar a instabilidade política e os protestos, que já deixaram cinco mortos.

Os resultados divulgados na terça-feira passada (7) mostravam Manigat, ex-primeira-dama e acadêmica de 70 anos, liderando as eleições com 31,37% dos votos, seguida por Jude Celestin, com 22,48%, enquanto Martelly ocupava o terceiro lugar, com 21,85%.

Diante da discussão de Martelly poderia participar do segundo turno, pela pequena margem para o segundo colocado, o Conselho Eleitoral haitiano anunciou uma recontagem.

Os advogados de Manigat indicaram em um comunicado que a convocação para a recontagem do Conselho Eleitoral "não indica a data ou a hora de um eventual convite aos interessados, e em especial o procedimento para a realização desta operação". "Nestas circunstâncias, a candidata lamenta não poder se associar a esta iniciativa", afirma o comunicado assinado pelos advogados de Manigat.

Manigat indicou, entretanto, que "permanece aberta a qualquer iniciativa que possa facilitar uma solução para a crise, desde que seja realizada com transparência e legalidade".

A publicação na terça-feira dos resultados provocou a ira dos partidários do cantor Martelly, que conquistou a terceira posição e ficou de fora do segundo turno, previsto para o dia 16 de janeiro, e que também rejeitou participar da recontagem de votos.

"Não quero ser parte disto", disse Martelly na sexta-feira à France Presse. "Organizaram a fraude e estou certo de que estão dispostos a tudo para seguir no poder. É uma armadilha", afirmou.

Martelly está convencido de que o presidente René Préval e seu candidato governista, Jude Celestin, manipularam a contagem de votos das eleições de 28 de novembro.

"Temos um problema enorme com a recontagem, porque houve até 3.000 cédulas de votação agregadas. Não deveriam ter sido contadas", disse Martelly. "Foi feito por ordem do presidente Préval para que Celestin vencesse. Está tentando colocar seu homem no poder", afirmou.

O Conselho de Segurança da ONU expressou na sexta-feira sua "inquietação" perante "as alegações de fraude" nas eleições do Haiti, e convocou todos os atores políticos e seus seguidores a 'ficar calmos, se abster da violência' e 'resolver qualquer disputa eleitoral por mecanismos legais'.

O pó negro e o cheiro de queimado ainda persistiam em Porto Príncipe, após três dias de protestos violentos que mataram cinco pessoas no país, o mais pobre do continente americano, devastado por uma epidemia de cólera, que matou mais de 2.000 pessoas, e por um terremoto, que deixou 250 mil mortos há quase um ano.

Normalmente lotadas, as ruas da capital pareciam estranhamente calmas na sexta-feira, com grande parte da população aparentemente muito assustada para sair, enquanto as escolas e os escritórios do governo permaneceram fechados.

 

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