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Americana condenada por matar colega diz que sentença italiana é um erro
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DA REUTERS, EM ROMA
DE SÃO PAULO
A americana Amanda Knox, condenada por um tribunal da Itália pelo assassinato de sua colega de quarto britânica, insistiu neste sábado, em sua audiência de apelação, que é inocente e que é um erro mantê-la na prisão.
Knox foi sentenciada a 26 anos de prisão em dezembro de 2009, por sua participação no assassinato de Meredith Kercher, 21, no que juízes consideram ter sido um jogo sexual que saiu do controle. O seu namorado à época, Raffaele Sollecito, e Rudy Guede, também foram condenados por participação no crime.
Giampiero Sposito/Reuters |
Americana Amanda Knox é levada para audiência de apelação; ela alega que condenação foi um erro |
"Eu e Raffaele estamos pagando com nossas vidas por um crime que não cometemos", disse Knox, visivelmente emotiva, na corte. "É injusto que eu tenha passado três anos na prisão. Foi tudo um erro", afirmou, em italiano.
Knox, 23, apareceu na corte com um moletom cinza para a segunda audiência de sua apelação, que começou em 24 de novembro. Ela chorou durante o depoimento de familiares de Kercher.
"Eu sinto muito que ela não esteja mais aqui. Eu também tenho irmãs mais novas e o sentimento de perdê-las me aterroriza", disse.
Knox, cujo caso atraiu grande interesse em todo o mundo, disse ainda neste sábado que os promotores pintaram uma imagem falsa dela. "Eu não sou uma pessoa má, violenta e demoníaca. Eu nunca fui esta garota".
Outras duas audiências estão marcadas para os dias 18 de dezembro e 15 de janeiro.
CRIME
De acordo com a versão da promotoria, na noite do crime, 1º de novembro de 2007, Knox e seu namorado italiano se encontraram no apartamento em Perugia que ela dividia com Kercher e outros dois estudantes. No local estava ainda Guede, da Costa do Marfim.
Segundo a promotoria, Knox convenceu Sollecito e Guede a participar de um jogo sexual com Kercher, que acabou em violência. Eles alegam que Knox ficou furiosa com a britânica por criticar sua promiscuidade e falta de higiene. Elas teriam começado a discutir e os três atacaram a estudante britânica, agredindo-a sexualmente e a matando em seguida. De acordo com os promotores, provavelmente o trio agiu sob a influência de drogas e álcool.
O corpo de Kercher foi encontrado seminu e trancado em seu quarto, repleto de sangue. Ela tinha uma ferida profunda na garganta.
A promotoria acusou ainda Knox e Sollecito de terem quebrado a janela do quarto para dar falsos indícios de um assalto e atrapalhar as investigações.
Apesar das acusações, promotores não conseguiram apresentar evidências forenses conclusivas contra Knox e Sollecito. Segundo eles, uma faca de cozinha de 16,5 centímetros seria a arma do crime. A faca supostamente teria vestígios de DNA de Knox e de Kercher.
No entanto, advogados de defesa argumentaram que o objeto seria grande demais para produzir os ferimentos no corpo de Kercher, e que o DNA achado não é suficiente.
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