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Paquistão suspende diretor responsável por publicar telegramas falsos contra Índia
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A agência de notícias paquistanesa Online News, ligada a Islamabad, suspendeu o diretor responsável pela publicação, nesta semana, de falsos documentos diplomáticos americanos contra a Índia.
Vários veículos de imprensa do Paquistão tiveram que se retratar pela publicação de despachos falsamente atribuídos aos vazamentos do site WikiLeaks reproduzindo acusações feitas pelo país à arquirrival Índia. Os documentos aparentemente forjados foram difundidos pela Online News.
O diretor-executivo Mohsin J. Baig anunciou neste sábado que uma investigação interna determinou que Sidique Sajid "abusou" de sua autoridade editorial e "fabricou uma história falsa" que atribuiu ao WikiLeaks.
"A chefia da Online lamenta a difusão da história, sua posterior publicação nos meios de comunicação e a consequente erosão da credibilidade política", afirmou a agência, em comunicado.
Baig estava na Turquia acompanhando o primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Razá Guilani, quando a história foi publicada pela agência de notícias. Ele afirmou que "informar sem corroborar os conteúdos da história com documentos é inaceitável".
O episódio ilustra a tensão que envolve as potências nucleares vizinhas --que já protagonizaram três guerras-- e revela o primeiro, ao que se sabe, uso para fins de propaganda política dos vazamentos dos textos diplomáticos.
Nos despachos falsos, são atribuídos a representantes diplomáticos americanos na Índia relatos de que Nova Déli tem espiões nas regiões paquistanesas do Baluquistão e Waziristão e financia o extremismo hindu em seu solo.
Islamabad frequentemente acusa a rival de fomentar o separatismo, no primeiro caso, e a insurgência, no segundo, para rebater acusações indianas de que financia grupos terroristas na Caxemira.
Segundo os relatos falsos, os representantes dos EUA teriam qualificado de "genocídio similar ao da Bósnia", nos anos 90, o que ocorre na região da Caxemira -a qual abriga grupos separatistas.
Há ainda nos documentos descrições em termos pouco usuais de altos oficiais indianos. O ex-chefe do Exército Deepak Kapur é considerado "incompetente" e "cretino".
Outros são "petulantes" e "egoístas". E o general H.S. Panag é comparado ao general Dragomir Milosevic, acusado de crimes de guerra durante a Guerra da Bósnia.
Os falsos telegramas faziam ainda referência à "engraçada e chocantemente imatura" confissão de Mohammad Ajmal Qasab, o único terrorista que sobreviveu aos ataques de 2008 em Mumbai e pelos quais a Índia responsabiliza o Paquistão.
Divididos em 1947, após a independência do Reino Unido, os dois países têm histórico de rivalidade, com disputas por território, acusações de fomento de insurgência e mesmo conflitos abertos.
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