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17/12/2010 - 09h45

Grupos de oposição planejam invadir emissora estatal na Costa do Marfim

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Partidários do líder oposicionista Alassane Ouattara planejam realizar nesta sexta-feira uma passeata para tentar ocupar o prédio da emissora estatal de rádio e TV da Costa do Marfim, o que causa temores de mais violência em meio à disputa sobre o resultado da eleição presidencial de novembro depois que o atual presidente, Laurent Gbagbo, se recusou a deixar o cargo.

Não se sabe ao certo o número de mortos pelos recentes confrontos, mas segundo informações do acampamento de Ouattara ao menos 14 pessoas morreram nos choques com soldados de Gbabgo nesta quinta-feira (16), tentando ocupar o prédio da emissora estatal.

Já o grupo de Gbagbo afirma que houve 20 mortos, incluindo dez policiais em ataques de protestantes.

A ONU (Organização das Nações Unidas), a União Africana, o bloco regional Ecowas, os EUA e a França, entre outros, reconhecem a vitória eleitoral de Ouattara e pressionam Gbagbo a renunciar.

As autoridades eleitorais deram a vitória ao oposicionista com uma margem de quase dez pontos percentuais, mas Gbagbo alegou que houve fraude a favor de seu adversário no norte do país, e um tribunal leal ao governo reverteu o resultado.

O país, maior produtor mundial de cacau, ficou dividido por uma guerra civil em 2002-2003, e há temores de que a disputa eleitoral provoque um novo conflito.

NOVOS CONFRONTOS

"Vamos continuar com as passeatas", disse Patrick Achi, porta-voz de Ouattara, por telefone, depois dos incidentes de quinta-feira.

Mas, na manhã desta sexta-feira, uma testemunha disse que havia poucos sinais de reunião dos manifestantes nas ruas de Abidjã, que estavam muito mais tranquilas do que o habitual. Muitas lojas permaneceram fechadas, e havia pouco tráfego nas ruas.

Em Tiebissou, na região central do país --bem no limite entre as zonas dominadas por rebeldes no norte e as áreas governamentais do sul--, um tiroteio entre forças ligadas aos dois candidatos durou várias horas.

A tensão na Costa do Marfim fez com que o cacau atingisse na semana passada sua maior cotação em quatro meses. Na quinta-feira, o contrato futuro para março era negociado em Nova York a US$ 3.003 (R$ 5.140) por tonelada, alta de US$ 24 (R$ 41).

INTERVENÇÃO

Se a situação se deteriorar, todos os olhos se voltarão para a força de paz da ONU no país, um contingente de cerca de 10 mil soldados e policiais. Essa força tem como objetivo a proteção de civis, mas disse que dar segurança à passeata não é parte das suas tarefas.

Uma delegação da União Africana vai nesta sexta-feira a Abidjã para tentar mediar a crise, mas o bloco já disse que não considera aceitável um acordo para a divisão de poderes, como aconteceu após uma crise semelhante em 2007 no Quênia.

 

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