Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/12/2010 - 05h00

Lukashenko é reeleito com 79,67% dos votos em Belarus

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Atualizado às 06h10.

O presidente de Belarus, Aleksander Lukashenko, foi reeleito com 79,67% dos votos, segundo os resultados oficiais do pleito do domingo, que concluíram com violentos choques entre a polícia e opositores.

Manifestantes tentam invadir sede de governo na Belarus, após eleições
Boca-de-urna aponta reeleição de presidente da Belarus; milhares protestam

"Aleksander Lukashenko foi votado por 5.122.866 eleitores, ou 79,67% dos participantes da votação", anunciou em entrevista coletiva a presidente da Comissão Eleitoral Central (CEC) bielorrussa, Lidia Yermoshina, informou de Minsk a agência russa Interfax.

De acordo com os dados oficiais, a participação no pleito foi de 90,4%.

A segunda opção mais votada, com 6,47%, foi a de "Contra todos os candidatos", opção que contempla a lei eleitoral bielorrussa, enquanto os nove candidatos rivais de Lukashenko, no poder desde 1994, no total não conseguiram somar 14% dos votos emitidos.

Lidia expressou seu convencimento de que a dissolução ontem à noite pela polícia de manifestações não autorizados na capital bielorrussa não deve influir na avaliação dos observadores internacionais do processo eleitoral.

Ela insistiu em que os incidentes aconteceram após concluído o processo eleitoral e "não influíram na expressão da vontade popular".

PROTESTOS

Dez mil bielo-russos responderam no domingo a uma convocação da oposição ao protesto, concentrando-se nos arredores da praça de Outubro, em Minsk, com bandeiras vermelhas e brancas, e outras da União Europeia, enquanto gritavam lemas como "Pela Liberdade!".

Após uma tentativa de invasão à sede do governo, quebrando vidraças e portas, a polícia cercou um grupo importante de manifestantes, pedindo para que erguessem as mãos e depois os conduziu a caminhões das forças de segurança, acrescentou um jornalista presente no local.

Inicialmente, a tropa de choque da polícia bielo-russa havia feito uma corrente humana e repelido o ataque da multidão ao edifício, constataram jornalistas da AFP no local.

Segundo eles, a situação permanecia muito tensa, pois os manifestantes não desistiram da tentativa de invasão.

O candidato Nekliaev ficou ferido nos distúrbios deste domingo. Ele sofreu um traumatismo craniano e foi transportado de ambulância, asseguraram seus assessores.

Os manifestantes gritavam "eleições sem Lukashenko" e "Vá embora, vá embora", referindo-se ao chefe de Estado.

"Aqui Belarus declarou sua independência em 1991 e aqui a ditadura de Lukashenko cairá hoje", disse aos manifestantes Andrei Sannikov, um dos nove candidatos opositores nas eleições presidenciais.

Da praça de Outubro, os manifestantes tomaram a avenida da Independência até a praça que leva o mesmo nome, onde ficam as sedes do Parlamento e do governo desta ex-república soviética.

A oposição convocou os protestos no sábado por considerar que o regime havia fomentado irregularidades nas eleições.

"Vim apoiar a oposição, mas fará falta o apoio da Rússia para expulsar Lukashenko (...), já que é muito difícil fazer cair uma ditadura do lado de dentro", comentou Anatoli, um aposentado que participou da manifestação contra o regime bielo-russo.

No passado, o ex-presidente americano, George W. Bush, qualificou Lukashenko de o "último ditador da Europa", pois o presidente bielo-russo está há 16 anos no poder deste país espremido entre a União Europeia e a Rússia.

No domingo, o presidente havia dito que a oposição não conseguiria se manifestar.

"Não se preocupem. Não haverá ninguém na praça esta noite", afirmou, após depositar seu voto na urna, acompanhado do filho de seis anos, Nikolai, em Minsk.

"Não se pode, em absoluto, falar de fraude eleitoral", disse.

A campanha eleitoral foi mais livre que a de 2006, mas há o temor de que não seja mais que uma fachada democrática.

Eleito em 1994 nas primeiras eleições presidenciais do Belarus independente, Lukashenko foi reeleito em 2001 e 2006 em um pleito ofuscado por irregularidades e marcado pela repressão dos opositores.

O dirigente bielo-russo ataca tanto a União Europeia, acusada no fim de novembro de exercer sobre seu país uma "pressão sem quartel", quanto a Rússia, aliada tradicional e grande fornecedora de combustíveis, à qual reprovou por financiar seus opositores.

Com EFE e France Presse

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página