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20/12/2010 - 07h48

Burocracia e até "medo" aguardam novo chefe da FAO

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GINA MARQUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE ROMA

O primeiro desafio de quem for eleito ao cargo de diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) será agilizar a estrutura da entidade. A eleição acontecerá em junho de 2011.

O candidato brasileiro é o agrônomo, economista e ex-ministro José Graziano da Silva, 61, que foi coordenador da elaboração do programa Fome Zero. Desde 2006, Graziano é o representante regional do órgão para a América Latina e o Caribe.

Ele concorre com Indroyono Soesilo, 55, da Indonésia, e com Latif Rashid, 66, do Iraque --este último, com menos chances por representar um país em conflito.

Sergio Lima/Folhapress - 18.nov.10
Jose Graziano (à dir.), saindo da reunião com a presidente eleita Dilma Rousseff e equipe de transição
Jose Graziano (à dir.), saindo da reunião com a presidente eleita Dilma Rousseff e equipe de transição

O papel do diretor-geral da FAO é, sobretudo, diplomático. Há 18 anos, o cargo é exercido pelo senegalês Jacques Diouf, 72, que passou por três mandatos consecutivos.

Para especialistas, o longo período de comando de Diouf prejudicou a agilidade da estrutura da FAO. Durante seu tempo no poder, ele recebeu críticas pungentes dentro da própria entidade.

Em maio de 2006, a holandesa Louise Fresco, então diretora-assistente-geral da FAO, publicou no jornal inglês "Guardian" uma carta de demissão, na qual fez duras acusações a Diouf.

Um trecho dizia que, combinado à falta de transparência nas tomadas de decisão, Diouf estava estimulando a "cultura do silêncio, boatos e até mesmo o medo". A carta dizia, ainda, que ele não havia proposto alternativas sérias para superar a crise.

Agora, as regras de permanência no cargo mudaram. O tempo no comando foi reduzido de seis para quatro anos, e é permitido o máximo de dois mandatos consecutivos.

A eleição será no ano que vem, mas o próximo diretor-geral chefiará a organização de 1º de janeiro de 2012 a 31 de julho de 2015.

Acusada de ser muito vagarosa e de desperdiçar dinheiro, a FAO passou por uma reforma há dois anos, quando a conferência aprovou o relatório do chamado Plano Imediato de Ação.

A ideia era diminuir a burocracia, racionalizar as despesas, e tentar dar mais autonomia para as sedes regionais espalhadas pelo mundo.

O PAPEL DA FAO

O campo de atuação da FAO é vasto, abrangendo temas como agricultura e alimentação, pesca, reservas hídricas, biodiversidade, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas.

Na prática, a organização viabiliza fóruns de discussão entre os países, para que eles possam se encontrar e negociar acordos.

Também é papel da FAO proporcionar conhecimento através de estudos e análises, além de fornecer assistência técnica e realizar projetos junto a 191 países.

Mas os principais projetos da FAO dizem respeito à luta contra a fome. Em setembro, a organização divulgou que a subnutrição no mundo diminuiu pela primeira vez em 15 anos. Segundo o relatório, em 2010 o número de pessoas subnutridas caiu de 1,02 bilhão para 925 milhões.

Para se ter uma ideia, as metas do milênio estabelecidas pela ONU falam na redução pela metade do número de subnutridos até o ano de 2015. Para cumprir a meta, daqui três anos este número terá de estar em cerca de 400 milhões de pessoas.

 

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