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23/12/2010 - 07h31

Câmara russa pode aprovar tratado nuclear com os EUA nesta sexta

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Duma, Câmara Baixa do Parlamento russo, pode ratificar já nesta sexta-feira o novo tratado de redução de armas nucleares com os Estados Unidos, caso não existam mudanças na versão aprovada na véspera pelo Senado americano. Os dois governos pressionam o legislativo para aprovar o documento até 31 de dezembro, quando acaba a vigência do atual tratado.

O tratado Start 2 (sigla em inglês para Tratado para a Redução de Armas Estratégicas) foi assinado em 8 de abril de 2010 pelos presidentes dos Estados Unidos e Rússia, Barack Obama e Dmitri Medvedev, respectivamente, e limita as armas nucleares estratégicas --como mísseis nucleares de longo alcance-- nos dois países.

Válido por dez anos, o acordo prevê um máximo de 1.550 ogivas nucleares em cada um dos países, contra as 2.200 atuais, o que representa uma redução de 30%.

O presidente russo, Dmitri Medvedev, insistiu nos últimos meses sobre a importância de ambos os países sincronizarem a ratificação do tratado de redução de arsenais nucleares, para que não ocorresse como durante a Guerra Fria, quando a URSS ratificava um documento e os EUA, não.

O partido governista Rússia Unida conta com dois terços das cadeiras na Duma --o que já garantiria a ratificação russa do novo Start.

"Se as condições não modificarem o texto principal do tratado, então o ratificaremos amanhã [sexta-feira]", declarou o presidente da Duma, Boris Gryzlov.

Nesta quarta-feira, pouco após a aprovação do texto no Senado americano, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, pediu tempo para estudar minuciosamente o documento.

Ele afirmou que "a resolução de ratificação adotada pelo senado dos EUA é um documento complexo, que exige uma análise profunda. Mais ainda porque nos últimos dias e semanas o texto da resolução passou, como entendemos, por uma certa evolução em comparação com o texto original".

Ele ressaltou, contudo, que "certamente" a Rússia conseguirá a aprovação do documento. "O tratado não apenas permitirá o fortalecimento da segurança da Rússia e dos EUA, mas repercutirá positivamente na estabilidade e segurança internacionais", disse o ministro.

EUA

O Senado dos EUA aprovou o acordo nesta quarta-feira, após várias semanas de intensas negociações em Washington pelas dúvidas dos republicanos. A aprovação foi vista como uma importante vitória do presidente Obama em seus esforços para se reaproximar de Moscou e restringir o arsenal atômico mundial.

Foram 71 senadores a favor e 26 contra, após uma tramitação polêmica, que pôs em risco o tradicional consenso bipartidário em questões de segurança nacional. Afinal, 13 republicanos votaram com o governo.

"Com este tratado, enviamos uma mensagem ao Irã e à Coreia do Norte de que a comunidade internacional permanece unida para restringir as ambições nucleares de países que operam fora da lei", disse o senador John Kerry.

O tratado Start 2 dá um prazo de sete anos para que Washington e Moscou reduzam seus arsenais instalados de armas estratégicas de longo alcance a um máximo de 1.550 unidades. Os lançadores de mísseis seriam reduzidos a até 700.

A aprovação ocorreu nas últimas semanas da atual legislatura, antes da posse dos congressistas eleitos em novembro, o que fará o governo perder o domínio na Câmara e ter sua vantagem reduzida no Senado.

O senador republicano Jim DeMint, contrário ao tratado, afirmou que um "Congresso demitido, sem responsabilidades" se apressou em aprovar a medida antes do Natal, e após "barganhas de bastidores" que liberaram bilhões de dólares em verbas para a modernização do arsenal atômico.

"O tratado não tinha chance de ratificação até que o presidente concordou com os bilhões de dólares para a modernização das nossas armas nucleares", disse ele.

Outro senador, Jeff Sessions, afirmou que o objetivo de Obama de eliminar as armas mundiais é irreal, e por isso o tratado deveria ser rejeitado. "Acho que todo o mundo veria a ação do Senado (contra o tratado) como um ressurgimento da política histórica dos EUA da paz por meio da força, e uma rejeição de uma visão esquerdista de um mundo sem armas nucleares", afirmou.

 

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