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23/12/2010 - 19h20

Com novo governo, mulheres iraquianas protestam por não terem cargos

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DAS AGÊNCIA DE NOTÍCIAS

Mulheres congressistas do Iraque ficaram revoltadas por apenas um membro do novo gabinete do país ser do sexo feminino e demandam melhor representação no governo exaltado pela comunidade internacional por reunir os setores religiosos e políticos iraquianos.

Apesar das mulheres formarem quase um quarto dos 325 integrantes do Parlamento, apenas dois ministérios foram oferecidos às mulheres -- uma das candidatas rejeitou a indicação em protesto-- no gabinete de 44 representantes que foi nomeado nesta terça-feira (21).

Karim Kadim/AP
A parlamentar Safiya al Suhail, em Bagdá, fala sobre movimento que reclama pela falta de mulheres no gabinete
A parlamentar Safiya al Suhail, em Bagdá, fala sobre movimento que reclama pela falta de mulheres no gabinete

Os parlamentares iraquianos aprovaram por unanimidade nesta terça-feira o novo governo do país, pondo fim a nove meses de vácuo político. Os iraquianos esperavam a formação do novo governo desde as eleições de 7 de março, nas quais nenhum partido ou aliança obteve maioria absoluta.

"Estamos chocadas que não há nenhuma mulher no gabinete", disse Safiyah al Suhail, uma legisladora da coalizão de Estado de direito do premiê Nuri al Maliki, pondo de lado a ministra Bushra al Zuaini, desconhecida, que entrou para o governo sem claramente uma função.

Al Suhail está entre as 50 legisladoras que nesta terça-feira aclamaram por uma partilha mais justa do governo em um requerimento para os grandes líderes da nação, ONU (Organização das Nações Unidas) e Liga Árabe, com novos postos ocupados por elas.

CRÍTICA

O grupo repreendeu o primeiro-ministro Nuri al Maliki e os parlamentares homens do Iraque por não levarem a sério as habilidades políticas e a experiência profissional feminina.

"Parece que os líderes não confiam em nós como políticas ou ministras", disse al Suhail. Ela exige que mulheres ganhem mais dez postos que foram temporariamente preenchidos por ministros atuantes, incluindo um dos três pastas sobre segurança do país.

Um cargo foi oferecido a congressista curda Zayan Dakhil, mas ele recusou em protesto pela falta de mulheres no gabinete, dando apoio para outras legisladoras e organizações femininas.

"Estou com ela", disse Bushra al Zuaini, a mulher solitária que permanece no governo. "Fiquei muito desapontada porque os blocos excluíram as mulheres", acrescentou. "Assumirei minha posição e provarei que as mulheres podem ter sucesso em cargos executivos".

AUSÊNCIA

O premiê iraquiano reconheceu a ausência de mulheres no governo quando designou o Parlamento na terça-feira (21), culpando os blocos políticos por falharem em escolher mais candidatas para o alto escalão.

De acordo com a Constituição iraquiana, 25% das cadeiras no Congresso são reservadas a mulheres. Normas semelhantes são aplicáveis aos cargos no gabinete.

O embaixador americano no Iraque, James F. Jefferey, que disse ser "muito otimista" com governo inclusivo no Iraque de vários setores religiosos e políticos, comentou a necessidade de abrir espaço também para as mulheres.

O fato de elas serem quase nenhuma "nos surpreendeu", disse Jeffrey, nesta quarta-feira, após a nomeação do governo de al Maliki.

 

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