Russa detida por espionagem no Reino Unido nega acusações

A russa Katia Zatuliveter, detida em Londres no início do mês sob suspeita de espionagem do Parlamento do Reino Unido enquanto trabalhava como assessora de um congressista negou nesta sexta-feira as acusações e reiterou que nunca trabalhou para os serviços secretos da Rússia.

"Não trabalho nem nunca trabalhei para os serviços secretos russos", afirmou Katia Zatuliveter em um comunicado.

"Não entendo por que me ameaçam de expulsão, mas estou decidida a ficar no Reino Unido e provar minha inocência", acrescentou a jovem de 25 anos.

Zatuliveter foi presa no início de dezembro, antes de receber liberdade condicional na semana passada.

Em função deste caso, as autoridades britânicas anunciaram na terça-feira a expulsão de um diplomata russo que trabalhava no Reino Unido.

"No dia 10 de dezembro, solicitamos à Embaixada da Rússia em Londres que chamasse um membro de seu pessoal. O pedido foi uma reação às evidentes provas sobre atividades dos serviços de informação russos contra interesses britânicos", explicou o chanceler britânico, William Hague.

"A Rússia reagiu em 16 de dezembro, pedindo a saída de um membro do nosso pessoal da Embaixada [do Reino Unido] de Moscou", acrescentou Hague.

INVESTIGAÇÃO

Na época, o MI5, o serviço secreto britânico, indicou ter suspeitas de que que Katia Zatuliveter, de 25 anos, assistente de Mike Hancock, deputado liberal democrata da câmara dos Comuns, fosse, na realidade, uma agente que opera para os serviços de inteligência russos.

A prisão foi a primeira desde o fim da Guerra Fria envolvendo uma pessoa dentro do Parlamento britânico acusada de realizar atividades de espionagem para a Rússia.

"Ela não é uma espiã russa", afirmou Hancock à agência de notícias Press Association.

Katia Zatuliveter, que foi alvo de uma profunda investigação antes de ser aceita como assistente do deputado, foi detida no fim de novembro e levada para um centro de segurança.