Irã pede ao Paquistão extradição de dois supostos líderes de grupo rebelde

O Irã solicitou ao Paquistão a extradição de dois supostos dirigentes do grupo rebelde sunita baluchi "Yundulah" (Exército de Deus), responsável pelo atentado suicida que no último dia 15 matou 38 pessoas no porto iraniano de Chabahar.

A informação foi confirmada neste sábado por Ali Mohammad Azad, governador da conturbada província iraniana de Sistan-Baluchistão, cenário do massacre.

"Depois que a imprensa paquistanesa anunciou a prisão de Mohammad Zaher Baluch, líder do grupo, foram iniciadas as consultas diplomáticas com os responsáveis da província baluchi paquistanesa", afirmou.

O atentado, que o Yundulah reivindicou através de seu site, aconteceu durante a comemoração da "Ashura", a celebração religiosa mais importante do calendário persa iraniano.

As autoridades iranianas também responsabilizaram pelo massacre os Estados Unidos e o Reino Unido, países aos quais acusa de financiar e prestar socorro ao grupo rebelde, e denunciaram que os terroristas haviam recebido treinamento no vizinho Paquistão.

QUEIXA

Neste sábado, o ministro de Interior iraniano, Mostafa Mohammad Najjar, repetiu a queixa a seu colega paquistanês, Makhdoom Shah Mehmood Qureshi, durante uma reunião da Organização de Cooperação Econômica da Ásia (ECO, na sigla em inglês), na Turquia.

"O Paquistão precisa impedir que os terroristas cruzem a fronteira e deve atuar contra eles com firmeza e determinação", advertiu o ministro, citado pela agência de notícias local "Isna".

Pouco depois do massacre, as forças de segurança iranianas prenderam oito pessoas, que segundo o governo confessaram seus vínculos com grupos estabelecidos no Paquistão.

Por outro lado, as autoridades paquistanesas detiveram Abdul Rauf Rigi, considerado um dos dirigentes do grupo que até junho era liderado por seu irmão, Abdul Malek Rigi, capturado pelo Irã e enforcado em junho.

Segundo a imprensa oficial iraniana, Islamabad está disposto a entregar Abdul Rauf Rigi assim que concluir suas investigações e interrogatórios