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Cúpula China-EUA começa com arestas
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ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Foi num momento de crescente fricção entre Washington e Pequim que o presidente chinês, Hu Jintao, chegou ontem aos EUA para visita de quatro dias, na qual serão discutidos tópicos econômicos e de segurança global.
Em contraste com a recepção um tanto fria que o presidente Barack Obama recebeu na China, os EUA prepararam um aparato grandioso para Hu, com honrarias como dois jantares na Casa Branca --um mais íntimo, na noite de ontem, e um oficial, de gala, hoje--, um almoço, encontros com líderes empresariais e congressistas e uma entrevista conjunta. Será bem diferente da última visita do chinês, que teve o desejo de um jantar oficial na Casa Branca frustrado no governo George W. Bush.
Mas a dramaticidade da recepção americana não ameniza o discurso sobre diferenças com Pequim no que deverá ser o mais importante encontro bilateral em décadas.
FALAS DURAS
Nas últimas semanas o governo Obama deu sinais de que adotaria tom mais duro ao que vê como manipulação da moeda chinesa (yuan), irresponsabilidade quanto a ameaças internacionais e abuso dos direitos humanos.
As falas mais duras vieram do secretário da Defesa, Robert Gates, do Tesouro, Timothy Geithner, e da secretária de Estado, Hillary Clinton.
Gates, que esteve na China na última semana, afirmou que os EUA responderiam à crescente presença militar chinesa no Pacífico com mais investimentos em armas, jatos e tecnologia. Os chineses responderam com uma provocação: testaram um novo modelo de avião "invisível".
Hillary pediu atuação mais responsável da China para conter Coreia do Norte e Irã e criticou a falta de liberdade da sociedade chinesa.
E Geithner, tocando no que é provavelmente o ponto mais sensível dessa relação, pediu ações adicionais para apreciação da moeda chinesa e condicionou a expansão do comércio e dos investimentos chineses nos EUA à maior abertura do mercado chinês aos americanos.
Outro tema importante para os EUA é a pirataria.
NOVA POLÍTICA
A Casa Branca se tornou mais assertiva na política para Pequim no último ano. "O governo achava que progrediria na relação com a China se estendesse a mão.
Rapidamente descobriu que isso não funcionaria", disse Elizabeth Economy, do Council on Foreign Relations.
"O encontro frio entre Obama e Hu em Pequim há mais de um ano, as diferenças sobre o clima, os problemas com o Google na China, ciberataques, disputas territoriais com o Japão, a permissividade de Pequim com a Coreia do Norte, a prisão de ativistas etc causaram uma reavaliação de como os EUA devem responder", afirmou ela.
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