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Documentos reforçam necessidade de acordo interino, diz chanceler de Israel
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DE SÃO PAULO
O ministro de Relações Exteriores de Israel, Avigdor Liberman, disse nesta segunda-feira que os documentos palestinos que revelam negociações infrutíferas com Israel provam que a única solução para o conflito entre os dois lados e um acordo interino de longo prazo, como sua proposta para um Estado palestino.
Os documentos secretos sobre conversações de paz mostram que negociadores palestinos teriam manifestado a disposição, em 2008, de permitir que Israel anexasse praticamente todos os assentamentos judaicos construídos em Jerusalém Oriental em troca de terras em outras regiões.
A proposta --que acabou recusada como insuficiente pela então chanceler israelense, Tzipi Livni-- foi feita em maio de 2008, meses antes do início da ofensiva de Israel a Gaza.
As concessões fazem parte de cerca de 1.700 documentos que a cadeia de TV do Qatar Al Jazeera começou a difundir na noite deste domingo --e que foram compartilhados com o jornal britânico "Guardian"--, mantidos em segredo desde 1999 e que revelam detalhes sobre as negociações de paz entre palestinos e israelenses.
"Até mesmo um governo mais de esquerda de [o então premiê Ehud] Olmert e Livni não conseguiu chegar a um acordo de paz, apesar das muitas concessões", afirmou Liberman durante entrevista à Rádio Israel.
O ministro explicou que seu plano para um acordo interino de um Estado palestino com fronteiras provisórias é a solução para "o mais recente desenvolvimento" no cenário do Oriente Médio, trazido à tona pelo vazamento.
"[O premiê Binyamin] Netanyahu sabe do plano no qual estou trabalhando", afirmou. "Tenho pedido por um acordo interino desde o dia em que esse governo foi estabelecido."
PLANO
O plano de Lieberman foi publicado neste domingo pelo jornal israelense "Haaretz". Ele prevê a criação de um mini-Estado palestino, que funcionaria em menos de 50% da Cisjordânia ocupada.
Este espaço compreenderia o território que já está sob controle administrativo palestino, bem como as grandes cidades autônomas palestinas, isto é, 42% da Cisjordânia, com a possibilidade de agregados menores.
A Constituição de um Estado assim não implicaria o desmantelamento de nenhuma colônia judaica, nem mesmo o fim da colonização.
Há várias semanas, Lieberman, que é líder do partido populista e nacionalista Israel Beitenou, evoca um "plano de substituição", considerando que as negociações de paz com os palestinos não têm nenhuma chance de chegar a um acordo final.
O objetivo de Israel seria retomar a iniciativa diplomática aos palestinos, cuja campanha internacional pelo reconhecimento de um Estado independente em toda a Cisjordânia e em Jerusalém oriental (anexado) está ganhando terreno.
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