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24/01/2011 - 17h28

Egito pede que Alemanha devolva busto de Nefertiti ao país

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DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Autoridades do Egito pediram oficialmente nesta segunda-feira que a Alemanha devolva o busto da rainha Nefertiti, que se encontra no Museu Neues, de Berlim.

Segundo o jornal "El País", o famoso rosto da soberana, que reinou junto com o faraó Akenatón no século 14 a.C., tem sido a obsessão de Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho Superior de Antiguidades.

O pedido oficial é a mais recente ação de uma campanha que, nos últimos oito anos, tem lutado pelo retorno de artefatos egípcios antigos, levados para fora do país durante períodos coloniais.

"Estou fazendo algo em que acredito e que deveria ter sido feito há cem anos", disse o arqueólogo em entrevista à agência Associated Press. "Minha campanha uniu aqueles que sofreram pilhagens contra os que as fizeram. É a maior campanha mundial desse tipo e inspirou muitas nações a segui-la."

Fabrizio Bensch-15.out.2009/Reuters
Imagem do busto da rainha Nefertiti, fotografado durante apresentação à imprensa no museu Neues, em Berlim
Imagem do busto da rainha Nefertiti, fotografado durante apresentação à imprensa no museu Neues, em Berlim

Hawass, cujo chapéu ao estilo de Indiana Jones fez dele uma personalidade reconhecida mundialmente, disse que, até agora, a campanha conseguiu que 5.000 artefatos fossem devolvidos ao Egito de museus e coleções privadas.

O pedido pelo busto de Nefertiti foi feito após a aprovação oficial do primeiro-ministro do país, Amed Nazif, e do ministro da Cultura, Farouq Hosny.

No passado, a Alemanha recusou pedidos do Egito pelo busto, dizendo que ele pertence ao país legalmente e é muito frágil para ser transportado. Mas o Egito alega que a obra foi levada com documentos falsos em 1913.

Nesta segunda-feira, a Alemanha disse que o mais recente pedido feito pelo arqueólogo egípcio não muda nada e que Cairo precisa usar canais diferentes se deseja fazer um pedido formal.

"Esse não é um pedido oficial pelo retorno [do busto feito] pelo Estado egípcio à Alemanha", afirmou o porta-voz do ministério de Relações Exteriores alemão, Andreas Peschke. "Tal pedido pelo seu retorno tem de ser direcionado de governo para governo, e esse não é caso."

A mesma visão foi adotada pela Fundação Prussiana de Herança Cultural, que administra os museus em Berlim. A entidade notou que a carta não foi assinada por Nazif.

A posição da fundação "a respeito do retorno do busto de Nefertiti é inalterada", disse seu presidente, Hermann Parzinger, em um comunicado. "Ela [a estátua] é e continua a melhor embaixadora do Egito em Berlim."

CONFUSÃO

Hawass, no entanto, questionou a alegação alemã. Ele disse que uma carta foi enviada para o ministério de Relações Exteriores do Egito para ser encaminhada ao seu similar alemão, e que uma cópia da mesma carta foi enviada ao embaixador alemão no Cairo e à fundação prussiana.

"Isso não é Zahi Hawass agindo sozinho", afirmou.

Um comunicado da Suprema Corte Egípcia de Antiguidades, gerenciada por Hawass, disse que o Egito requisitou pela primeira vez o retorno do busto de Nefertiti logo após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando se referiu a isso com as potências aliadas que, à época, ocupavam a Alemanha.

Em 1947, novo pedido foi feito, dessa vez ao governo dos Estados Unidos. Foi recomendado, então, que o pedido fosse refeito quando um governo alemão "competente" tivesse se restabelecido no país.

 

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